Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral foi preso na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato,  no ano passado
Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral foi preso na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato, no ano passado

Nesta segunda-feira (19) a 11º denúncia contra o ex-governador Sérgio Cabral, elaborada pelo Ministério Público Federal (MPF) e apresentada na última sexta-feira (16) , foi aceita pelo juiz Marcelo Bretas, da 7º Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

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Denunciado pela Força-tarefa da Lava Jato, Sérgio Cabral , sua esposa, Adriana Ancelmo, e outros dois ex-assessores do casal Luiz Carlos Bezerra e Carlos Miranda são acusados por lavagem de dinheiro por meio da compra de joias com dinheiro em espécie, sem apresentação da nota fiscal ou certificação nominal.

Os procuradores da República afirmam que o casal gastou R$ 11 milhões em joias na loja H.Stern. Sendo que a maioria desses acessórios valiosos e pedras preciosas não foram encontradas pelo MPF.

“As aquisições eram feitas com o propósito indisfarçável de lavar o dinheiro sujo angariado pela organização criminosa, com pagamentos em espécie, por intermédio de terceiros, ou compensando valores de outras joias, sem emissão de notas fiscais e sem emissão de certificado nominal da joia”, explicam os procuradores da República.

De acordo com a delação premiada feita por sócios e diretores da joalheria, o ex-governador do Rio de Janeiro havia adquirido 41 joias e não 11, conforme tinha descoberto os investigadores até o momento.

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Com a nova acusação, as 30 peças a mais saíram por aproximadamente R$ 4 milhões. Para se ter ideia, apenas um par de brincos de ouro branco com brilhante custou R$ 1,2 milhão. Segundo a diretora comercial da H.Stern Maria Trotta contou à Justiça Federal, Adriana Ancelmo costumava solicitar a fabricação de joias exclusivas e quase sempre pagava em dinheiro.

Os adornos eram comprados pelos chamados operadores do ex-governador. Luiz Carlos Bezerra e Carlos Miranda faziam as negociações e usavam parte do dinheiro da contabilidade da organização administrada pelos irmãos Chebar, doleiros de Cabral, conforme apuraram os investigadores da Lava-Jato.

Histórico

Preso desde novembro de 2016, Cabral responde pelas denúncias oferecidas em decorrência das operações Calicute e Eficiência, desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro. O ex-governador cumpre pena pela prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo Estado do Rio.

A esposa de Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo cumpre prisão domiciliar desde o fim do mês de março deste anos, quando foi beneficiada pela liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça.

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