A Polícia Federal solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que conceda mais cinco dias prazo para a conclusão do inquérito aberto para investigar a conduta do presidente Michel Temer (PMDB) a partir de depoimentos feitos por executivos da empresa JBS. O prazo inicial dado para que a corporação concluísse a investigação foi encerrado nesta segunda-feira (19).
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Segundo informações publicadas pelo jornal “ Folha de S.Paulo ”, o relatório preliminar feito pela Polícia Federal no inquérito contra Temer e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) aponta que há indícios de que houve a prática do crime de corrupção passiva. Oficialmente, entretanto, as informações do relatório ainda não foram divulgadas pelo STF.
O jornal informa ainda que não consta no relatório manifestação da corporação sobre o crime de obstrução da justiça. Isso porque a PF ainda aguarda o resultado da perícia nas gravações secretas feitas pelo dono da JBS, Joesley Batista, de conversas com o presidente. A perícia deverá ficar pronta nesta semana.
No início do mês, a investigação já foi prorrogada pela primeira vez a pedido da PF, que alegou necessidade de mais tempo para concluir as investigações, iniciadas a partir das citações do nome do presidente nas delações dos executivos da JBS. O aumento foi concedido no dia 12 de junho pelo ministro Edson Fachin .
Depois da conclusão do inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidirá se apresenta ou não denúncia contra Temer e Rocha Loures ao Supremo. A expectativa é de que ambos sejam denunciados até a semana que vem.
Silêncio
Na sexta-feira (9), o advogado Antônio Mariz de Oliveira, representante de Temer, informou ao ministro que o presidente decidiu não responder às perguntas enviadas pela PF no inquérito. Além disso, a defesa pediu o arquivamento das investigações e fez críticas ao teor do questionário enviado pelos delegados.
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Para a defesa de Temer, o questionário Feito pela Polícia Federal é um “acinte à sua dignidade pessoal e ao cargo que ocupa” e atenta contra os “direitos individuais inseridos no texto constitucional”. “O presidente e cidadão Michel Temer está sendo alvo de um rol de abusos e de agressões aos seus direitos individuais e à sua condição de mandatário da nação que colocam em risco a prevalência do ordenamento jurídico e do próprio Estado Democrático de Direito”, destaca o documento.
* Com informações da Agência Brasil