Após passar apenas seis dias em uma cela no Complexo Prisional da Papuda , em Brasília, o ex-assessor especial do presidente Michel Temer e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB) está mais uma vez de mudança. Ele foi autorizado nesta terça-feira (13) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a retornar à carceragem da Superintendência Regional da Polícia Federal no DF.
Fachin atendeu a pedido da defesa de Rocha Loures , que alegou correr "risco de vida" na Papuda. De acordo com a Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, o ex-parlamentar está alocado na "ala de vulneráveis" do presídio, espaço reservado para detentos de "alto risco pela repercussão social". Ele dorme em uma cela com capacidade para nove presos.
Antes mesmo de ser levado à Papuda, Loures havia pedido por meio de seus advogados que o ministro Edson Fachin determinasse que lhe fossem "assegurados todos os direitos fundamentais não abrangidos pela decretação de prisão preventiva" no presídio. Como exemplo de direitos aos quais o peemedebista teria direito, os advogados inseriram pedido para “que não se lhe raspe o cabelo”.
Preso deste o dia 3 deste mês , Loures é alvo do mesmo inquérito que foi aberto contra Michel Temer no STF. Ele é investigado por supostamente ter atuado, por indicação do presidente, para favorecer os interesses do grupo JBS junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Polícia Federal gravou o ex-assessor especial da Presidência recebendo mala com R$ 500 mil enviados pelos sócios da JBS, valor que seria a primeira parcela de uma espécie de 'mesada' a ser paga pelo grupo durante 20 anos ao ex-assessor e a Michel Temer. Ele foi levado para depor pela primeira vez à PF na última sexta-feira (9), mas permaneceu em silêncio .
Prorrogação das investigações
Nessa segunda-feira (12), o relator do inquérito contra Temer e Rocha Loures no Supremo atendeu a pedido da Polícia Federal e decidiu conceder mais cinco dias de prazo para a conclusão das investigações contra os dois. Na mesma decisão, o ministro pediu manifestação do procurador-feral da República, Rodrigo Janot, sobre pedido feito pela defesa do presidente Michel Temer para que o inquérito seja arquivado. Os advogados de Temer alegam que faltam à acusação "elementos probatórios mínimos para fundamentar a propositura de uma denúncia".
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