A direção nacional do PSDB se reúne no fim da tarde desta segunda-feira (12) em Brasília para rediscutir o apoio do partido ao governo do presidente Michel Temer. O encontro foi marcado pelo presidente tucano, senador Tasso Jereissati (CE), atendendo a pedido do diretório paulista da legenda, que havia discutido a possibilidade de retirar o apoio a Temer na semana passada .
Além de Tasso, estão confirmados na reunião os líderes do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), e na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli (SP), assim como o prefeito de São Paulo, João Doria – um dos nomes fortes para concorrer à Presidência da República no ano que vem. Outro possível candidato do partido em 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não informou até o momento se participará da reunião.
Um eventual desembarque do PSDB da base aliada do governo representaria uma catástrofe para Michel Temer, que tenta eliminar essa possibilidade por meio de conversas com lideranças tucanas. O presidente, que já havia discutido com Alckmin
a possível 'rebelião tucana' há duas semanas na sede do governo paulista, reuniu-se na manhã desta segunda-feira com o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes, um dos tucanos que integram a equipe ministerial de Temer.
Além do chefe do Itamaraty, também fazem parte da equipe de governo do peemedebista outros três tucanos: Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Bruno Araújo (cidades) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).
Divisão e fator Aécio
A direção nacional do PSDB havia decidido manter o apoio a Temer
logo após a divulgação das delações premiadas de executivos da JBS que motivaram a abertura de um inquérito contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado. A cúpula do partido em São Paulo, no entanto, sinalizou descontentamento com a posição e iniciou novo movimento para rever essa postura.
Um dos fatores que podem pesar a favor da permanência tucana na base de Temer é a situação do senador afastado Aécio Neves, antes presidente nacional do PSDB.
Aécio também é investigado em inquérito decorrente de delações da JBS e é alvo de um pedido de cassação do mandato no Conselho de Ética do Senado . O colegiado é presidido pelo senador João Alberto Souza, parlamentar do PMDB e, desse modo, aliado de Temer.
Na última semana, os governadores tucanos Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR) e Marconi Perillo (GO) defenderam que o PSDB deve "pensar primeiro no Brasil" ao avaliar um possível desembarque do partido do governo do presidente Michel Temer.
O entendimento é compartilhado com o prefeito de São Paulo, João Doria , que defendeu também na semana passada que era necessário aguardar a conclusão do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), encerrado na última sexta-feira com a absolvição da chapa.
Se posicionaram em defesa do rompimento o presidente estadual do PSDB em SP, deputado Pedro Tobias, o presidente da Agência Legislativa do Estado de São Paulo, deputado estadual Cauê Macris, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando.