A Polícia Federal pediu, neste sábado (10), para que o Supremo Tribunal Federal (STF) estendesse o prazo para a conclusão do inquérito contra o presidente Michel Temer e seu ex-assessor, Rodrigo Rocha Loures. Segundo a PF, a perícia do áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, ainda não foi concluída. A investigação pediu para que o prazo, que vai até o próximo dia 13, fosse aumentado em dez dias.
Os irmãos Joesley e Wesley Batista, da empresa frigorífica JBS fecharam acordo de delação premiada e, como provas, entregaram documentos, fotos e áudios. O que mais chamou atenção foi uma conversa gravada por Joesley onde ele e Temer falam sobre manter uma "ajuda" ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
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Durante o papo, Temer diz para Joesley procurar Rocha Loures. A partir desse áudio, além de outras evidências, foi aberto um inquérito contra o presidente e Loures. Eles são suspeitos de de corrupção passiva, participação em organização criminosa e obstrução à investigação de organização criminosa.
Na última sexta-feira, Temer se recusou a responder 82 perguntas feitas pela Polícia Federal. Em petição protocolada no Supremo Tribunal Federal, a defesa de Temer pede o arquivamento das investigações – relacionadas às delações premiadas feitas por executivos da empresa JBS.
Na petição, os advogados do presidente avaliam que os elementos que motivaram a instauração do inquérito, como a própria delação, estão contaminados pela “ilicitude formal e material” da gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista. A defesa de Temer também considerou o material "imprestável" após contratar um perito. Assim como o presidente, Rocha Loures, que está preso Complexo Penitenciário da Papuda, também se manteve calado em seu questionamento.
O prazo inicial de foi estipulado pelo ministro Edson Fachin, no dia 30 de maio. Apesar da PF ter pedido 30 dias para concluir a investigação contra Temer, Fachin deu apenas dez dias para os investigadores terminarem o inquérito.