Equipe de Michel Temer no Planalto alega que acesso às páginas se deu apenas para
Lula Marques/Agência PT
Equipe de Michel Temer no Planalto alega que acesso às páginas se deu apenas para "evitar problema tecnológico"

Os registros contidos na antiga agenda eletrônica do presidente Michel Temer foram manipulados horas após a divulgação das primeiras informações acerca dos acordos de delação premiada assinados pelos irmãos Wesley e Joesley Batista  e por executivos do grupo JBS. A informação consta de reportagem publicada nesta sexta-feira (2) pela revista Época .

De acordo com a publicação, dois peritos da Polícia Federal analisaram os códigos-fonte (espécie de 'receita' para o funcionamento de programações) de páginas oficiais que registram os compromissos de Michel Temer quando este ocupava a vice-Presidência da República.

Segundo a Época , as análises dos dois especialistas em informática da PF indicaram que houve edições nas agendas entre as 11h20 e 11h31 do dia 18 de maio. Naquela manhã, a Polícia Federal deflagrou a Operação Patmos, que teve o senador Aécio Neves (PSDB) como principal alvo e foi desencadeada justamente em decorrência da delação de executivos da JBS.

As alterações foram feitas a partir de servidores de informática ligados ao Planalto, que confirmou que os códigos-fonte das páginas foram acessados, mas alegou que se tratava de um procedimento visando "evitar problemas tecnológicos".

“Não houve alterações feitas por funcionários do gabinete nas agendas do então vice-presidente, Michel Temer. O que houve foi apenas uma transferência dos calendários para bancos de dados para evitar problemas tecnológicos, realizada na verdade no dia 16 de maio. Essa mudança garantiu o acesso público aos dados sem problemas de confusão de informações por questões técnicas", informou o governo em nota enviada à Época .

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Reunião sobre doação ao PMDB apagada

De acordo com a revista, uma das edições foi efetuada no dia 18 de agosto de 2014, data em que Temer teria recebido em Brasília o lobista e executivo da J&F, Ricardo Saud, conforme depoimento do próprio Saud em sua delação à Procuradoria-Geral da República.

Na ocasião, relata o executivo, teria sido acertado um repasse irregular de R$ 15 milhões para a campanha do PMDB nas eleições daquele ano. O negócio faria parte do acerto entre a JBS e a campanha de Dilma Rousseff.

Após as mencionadas edições efetuadas na antiga agenda de Temer, atualmente a página eletrônica da vice-Presidência exibe para a data 18 de agosto de 2014 apenas a mensagem "Sem compromisso oficial". A Época não informa se foi identificado qual era o teor anterior às edições realizadas.

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