Operação que apura crimes em campanha de Haddad foi iniciada pela Polícia Federal em novembro de 2015
Antonio Cruz/Agência Brasil - 27.10.2016
Operação que apura crimes em campanha de Haddad foi iniciada pela Polícia Federal em novembro de 2015

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (1º), a Operação Cifra Oculta, cujo objetivo é apurar supostos crimes eleitorais e lavagem de dinheiro relacionados à campanha do candidato Fernando Haddad (PT) nas eleições de 2012 para a prefeitura de São Paulo.

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De acordo com a Polícia Federal , a investigação é um desdobramento da Operação Lava Jato e foi iniciada em novembro de 2015, após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) para desmembrar a delação premiada feita por executivos da empresa UTC.

“O inquérito apura o pagamento, pela empreiteira, de dívidas de uma das chapas da campanha de 2012 à prefeitura municipal de São Paulo , referentes a serviços gráficos no valor de R$ 2,6 milhões.  A gráfica pertencia a familiares de um ex-deputado estadual”, diz nota da PF.

De acordo com a investigação, a dívida da chapa de Haddad "teria sido paga por meio de um doleiro, em transferências bancárias e dinheiro vivo, para empresas”.

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“Uma empresa mencionada na delação aparece como fornecedora de serviços, com valores informados de R$ 354.450,00. Somente consta na prestação de contas ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral] outra prestação de serviços gráficos de R$ 252.900,00, valores bem inferiores à soma de R$ 2.600.000,00, que teria sido paga pela empreiteira UTC a gráficas”, acrescenta a nota.

Se confirmadas as suspeitas, os investigados devem responder pelos crimes de falsidade ideológica na prestação de contas à Justiça Eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de até 10 anos de prisão e multa.

Ao todo, 30 policiais federais cumprem nove mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, São Caetano e Praia Grande, na Baixada Santista.

Defesa

Em resposta às acusações, a assessoria de imprensa de Haddad diz que a "gráfica citada, de propriedade do ex-deputado Francisco Carlos de Souza, prestou apenas pequenos serviços devidamente pagos pela campanha e registrados no TRE." De acordo com a nota, a UTC teve interesses contrariados ao ter contrato cancelado.

Veja nota da gestão Haddad na íntegra:

"Com relação a Operação Cifras Ocultas, deflagrada hoje de manhã pela Polícia Federal, o ex-prefeito Fernando Haddad, por sua assessoria, informa que a gráfica citada, de propriedade do ex-deputado Francisco Carlos de Souza, prestou apenas pequenos serviços devidamente pagos pela campanha e registrados no TRE.

A UTC teve seus interesses contrariados no início da gestão Haddad na Prefeitura, com o cancelamento das obras do túnel da avenida Roberto Marinho, da qual fazia parte junto com outras empreiteiras igualmente envolvidas na Lava Jato. O executivo da UTC, Ricardo Pessoa, era dos mais inconformados com a decisão.

O propalado repasse de R$ 2,6 milhões, se ocorreu, não tem nada a ver com a campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo em 2012, até porque seria contraditório uma empresa que teve seus interesses prejudicados pela administração, saldar uma dívida de campanha deste administrador".

Operação Ratatouille

Ainda nesta quinta, a Polícia Federal deflagrou outra etapa na Lava Jato em Rio de Janeiro, na Operação Ratatouille , que tem a finalidade de desarticular um esquema criminoso que desviaria recursos destinados ao fornecimento de merenda escolar e de alimentação em presídios do Estado. A contrapartida, de acordo com as investigações, seria o pagamento de propina a políticos.

* Com informações da Agência Brasil

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