O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello foi escolhido nesta quarta-feira (31) como novo relator das investigações que envolvem o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), a partir da delação premiada de executivos da JBS. O ministro também será responsável pela condução do inquérito sobre a irmã de Aécio, Andrea Neves, presa há duas semanas na Operação Patmos, da Polícia Federal.
A troca da relatoria foi realizada após decisão do antigo relator do caso, Edson Fachin, que atendeu a um pedido feito pela defesa do parlamentar e determinou a redistribuição do inquérito . A escolha de Marco Aurélio foi feita eletronicamente por sistema processual eletrônico do STF .
A decisão foi motivada por pedidos de desmembramento dos inquéritos pelos advogados de defesa. Na semana passada, em recurso encaminhado ao Supremo, após ser afastado do mandato por Fachin, os advogados de Aécio Neves sustentaram que a investigação não deveria permanecer com o ministro e que a decisão de Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, não poderia ser tomada individualmente, mas pela Segunda Turma da Corte.
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Gravações
O executivo Joesley Batista, da JBS, apresentou à PGR (Procuradoria-Geral da República) gravações com o presidente Michel Temer e com Aécio Neves, nas quais negocia o pagamento de propina. No caso do presidente, o valor seria utilizado para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba.
Já Aécio teria solicitado ao empresário um repasse de R$ 2 milhões para que pudesse efetuar o pagamento de advogados. Em outro trecho gravado, Aécio diz a Joesley que o presidente teria lhe pedido para que ele retirasse a ação movida pelo PSDB contra a chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
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"A Dilma caiu, a ação continuou e ele [Temer] quer que eu retire a ação. Cara, só que se eu retirar... E não estou nem aí, eu não vou perder nada, o Janot assume. O Ministério Público assume essa merda", diz Aécio na gravação, referindo-se a Rodrigo Janot, procurador-geral da República. A abertura de inquérito contra Michel Temer foi autorizada pelo STF no dia 18 de abril.
* Com informações da Agência Brasil