O senador afastado Aécio Neves
(PSDB-MG) disse a um dos donos da JBS, o empresário Joesley Batista, que estava pressionando o presidente da República, Michel Temer (PMDB) para fazer mudanças na Polícia Federal, incluindo a substituição do diretor-geral do órgão, Leandro Daiello.
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A divulgação dessa conversa aconteceu por meio de uma gravação, entregue como parte do acordo de delação premiada de Joesley Batista , e divulgada nesta terça-feira (30), pelo jornal Folha de S.Paulo.
Na gravação, o tucano disse que o presidente deveria aproveitar a crise gerada pela Operação Carne Fraca para fazer a substituição.
"Não vai ter outra. Porque nós nunca tivemos uma chance onde a PF ficou por baixo, né?", disse Joesley. "Tem que tirar esse cara", continuou o empresário. Em seguida, Aécio repetiu: "Tem que tirar esse cara".
"Aí vai ter quem vai falar, 'é por causa da Lava Jato'. [mas o governo pode responder] 'Não, é por causa da Carne Fraca'", completou o senador afastado.
A conversa foi gravada pelo próprio Joesley no hotel Unique, em São Paulo, no dia 24 de março.
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Na passagem entre os governos Dilma Rousseff e Michel Temer , no ano passado, circularam rumores de que Daiello estava disposto a deixar a direção-geral da PF. Ele ocupa o cargo desde 2011.
Serraglio e abuso de autoridade
Aécio criticou ainda a nomeação de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça, dizendo que ele "não dá nenhum alô". De acordo com o jornal, tal expressão do tucano sugeria que Serraglio não tentava interferir na Lava Jato.
Serraglio deixou o cargo neste domingo (29) e Torquato Jardim, ex-ministro da CGU, o substituiu.
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Por fim, o tucano contou a Joesley Batista que outros empresários estavam "pressionando" Michel Temer a tomar medidas contra a PF. Além disso, a gravação mostra que Aécio disse ao empresário que estava pressionando Temer para que apoiasse o projeto que trata de "abuso de autoridade". A assessoria do senador não comentou o teor da conversa divulgada.