A Justiça Federal no Distrito Federal aceitou denúncia contra o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o lobista Milton Pascowitch e mais 12 pessoas investigadas na Operação Greenfield
. A operação apura crimes envolvendo fundos de pensão de empresas estatais que resultaram no desvio de mais de R$ 400 milhões.
A decisão foi proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, na última quarta-feira (24), mas só foi divulgada nesta segunda-feira (29). Além de Vaccari e Pascowitch, também se tornam réus na Operação Greenfield oito pessoas ligadas à Funcef (Fundação dos Economiários Federais): Demósthenes Marques, Carlos Alberto Caser, José Carlos Alonso Gonçalves, Guilherme Narciso de Lacerda, Luiz Philippe Peres Torelly, Antônio Bráulio de Carvalho, Geraldo Aparecido da Silva e Sérgio Francisco da Silva.
A lista de réus também inclui Gerson de Mello Almada, ex-vice-presidente da construtora Engevix , e os sócios da empreiteira Cristiano Kok e José Antunes Sobrinho. Roberto Carlos Madoglio, ex-superintendente nacional dos Fundos de Investimentos Especiais da Caixa, completa a lista de denunciados.
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Denúncia
De acordo com a denúncia apresentada pela força-tarefa da Greenfield, entre setembro de 2009 e agosto de 2010, parte dos investigados agiu de forma fraudulenta junto ao Funcef para permiritr o aporte de R$ 260,6 milhões do Fundo de Pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal em favor da Cevix Energias Renováveis S/A, empresa controlada pela Engevix.
Ainde de acordo com as investigações, Milton Pascowitch e João Vaccari Neto teriam procurado executivos da Engevix no período em que ocorreram os aportes do fundo de pensão para a construtora para solicitar R$ 5,9 milhões para o Partido dos Trabalhadores (PT).
"Tais pagamentos foram realizados de forma dissimulada, a fim de ocultar a natureza ilícita dos recursos pagos", descreve a denúncia, conforme relato do juiz Vallisney.
Os réus terão prazo de dez dias para apresentar respostas às acusações e indicar testemunhas de defesa para serem ouvidas no processo.
Além do fundo de pensão de funcionários da Caixa, a Operação Greenfield também apura irregularidades envolvendo os fundos Petro (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).
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