No último dia 18 deste mês, a Polícia Federal apreendeu alguns objetos no apartamento do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) durante a Operação Patmos. Entre os objetos encontrados, a PF afirmou que uma anotação com a inscrição “cx 2” chamou a atenção.
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Essas são as informações contatadas no relatório dos investigadores enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento afirma que na residência de Aécio Neves foram apreendidos “diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição 'CX 2". Ao que indica o texto, os documentos estavam todos acondicionados em um saco transparente, “dentre eles um papel azul com senhas, diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas”.
A lista completa inclui telefones celulares, pen drive, obras de arte, documentos e anotações sobre a Construtora Norberto Odebrecht e Joesley Batista.
O apartamento do tucano, que fica na Avenida Vieira Souto, no Rio de Janeiro, também continha um bloqueador de sinal telefônico e 15 quadros e uma escultura.
No mesmo dia, o gabinete do peessedebista também foi revistado pela PF, que apreendeu “planilhas com indicações para cargos federais”, cópias de uma agenda de 2016 com nomes de Joesley e a irmã de Aécio, Andrea Neves – presa na Lava Jato. Além de uma “folha manuscrita contendo dados do CNO (Construtora Norberto Odebrecht)”.
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Relatório
O relatório feito pela PF inclui algumas outras apreensões no gabinete do senador afastado, como “folhas impressas no idioma aparentemente alemão, relativos a Norbert Muller”. Muller e a esposa, Christine Puchmann são doleiros, especializados em abrir contas no exterior para políticos, que também já foram investigados na Operação Norbert.
O casal seria responsável por criar e manter contas bancárias em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa. Na ocasião, a mãe de Aécio, Inês Maria Neves Faria, foi citada nas investigações, que foram arquivadas.
Em um outro papel manuscrito, anotações citavam o “ministro Marcelo Dantas”, que pode ser relacionado ao ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), investigado no STF por tentar obstruir as investigações da Lava Jato.
Em nota, defesa de Aécio Neves nega desvio de dinheiro, afirmando que "uma eventual referência a CX 2 não significa qualquer indício de ilegalidade". O advogado Aberto Toron afirma que “Aécio reitera que em toda sua vida pública, nas campanhas de que participou, agiu de acordo com o que determina a lei”.
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