Os protestos contra o governo do presidente da República, Michel Temer, nesta quarta-feira (24), que culminaram no princípio de incêndio em dois ministérios , deixaram pelo menos 49 pessoas feridas e dezenas de locais depredados, em Brasília.
A manifestação, uma das maiores e mais violentas ocorridas até agora contra Michel Temer , reuniu um público de 35 a 45 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar.
O ato começou pacífico pela manhã, mas foi encerrado com confronto e com a convocação das Forças Armadas, após Temer alegar a necessidade de "garantir a lei e a ordem", o que gerou ira do público e de defendores de direitos humanos.
"Grande acerto"
Nesta quinta-feira (25), no entanto, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou, em entrevista à rádio CBN , que o uso das Forças Armadas foi um "grande acerto" de Temer. Ainda na entrevista, ele disse que a decisão foi um pedido pessoal do presidente. Nesta quarta, em pronunciamento oficial, ele tinha dito que o pedido havia sido feito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Também nesta quinta, a Esplanada dos Ministérios amanheceu com militares protegendo os prédios públicos. A atuação militar na esplanada está restrita à área dos prédios dos ministérios e palácios.
Manifestação violenta
Em um decreto, Temer estabeleceu a presença do Exército em Brasília até 31 de maio. As Forças Armadas deverão manter 1,5 mil militares nas ruas da capital.
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse ter ficado "um pouco preocupado com o contexto".
Nesta qurata, manifestantes lançaram garrafas, rojões e objetos contra os policiais. Banheiros químicos foram queimados e uma faixa de "Fora, Temer" foi colocada na Esplanada dos Ministérios.
Vários ministérios foram depredados, com vidros e computadores quebrados, funcionários evacuados e equipamentos jogados fora. Houve registro de incêndio nos ministérios da Agricultura, Planejamento e Cultura, mas o fogo não deixou feridos.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que as sete pessoas detidas foram acusadas de dano ao patrimônio público, desacato e porte ilegal de arma.
Os manifestantes pediam a renúncia do peemedebista e criticavam as reformas trabalhista e previdenciária.
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Michel Temer, que assumiu a Presidência há um ano, após o impeachment da petista Dilma Rousseff, é alvo de um inquérito em um desdobramento da Operação Lava Jato.
* Com informações da Agência Ansa.