Estudantes protocolam pedido de impeachment de Michel Temer

Já é a décima solicitação de afastamento desde a divulgação de conversas do presidente com o executivo da JBS Joesley Batista, na semana passada

Pedido apresentado pelos estudantes será avaliado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados - 24.5.2017
Pedido apresentado pelos estudantes será avaliado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Grupo de alunos da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) entregou nesta quarta-feira (24) ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um abaixo-assinado solicitando o impeachment do presidente Michel Temer (PMDB). Os autores do documento são ligados à UNE (União Nacional dos Estudantes).

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O documento entregue pelos estudantes contém 220 mil assinaturas que foram coletadas digitalmente na última semana, depois da divulgação de denúncias de envolvimento do presidente em esquema de pagamento de propina e troca de favores com empresários investigados na Operação Lava Jato.

Os autores do abaixo-assinado pedem ainda que sejam convocadas eleições diretas para escolha de um novo presidente. “O governo Temer não conta mais com a legitimidade que o Brasil precisa pra sair dessa crise econômica e, por isso, a gente acredita que a única medida possível é a eleição direta”, disse Paula Masulk, representante do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP.

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Para entrar na Câmara, os manifestantes relataram que enfrentaram algumas dificuldades. Entretanto, depois de negociação intermediada por alguns parlamentares, eles foram recebidos por Maia. Esse é o décimo pedido de impeachment protocolado na Câmara desde a última semana.

“Paciência”

Cabe a Rodrigo Maia decidir se instala ou não uma comissão especial para tocar o processo de impeachment do presidente. Porém, o deputado disse que essa decisão não será tomada “da noite para o dia”.

“Eu não posso avaliar uma questão tão grave como essa num drive thru , não é assim, não é desse jeito. Quanto tempo se discutiu aqui a crise do governo Dilma? As coisas não são desse jeito, nós temos que ter paciência. Estão dizendo que eu engavetei. Não é uma decisão que se toma da noite para o dia. Eu disse desde o início: a presidência da Câmara não vai ser instrumento pra desestabilização do país”, disse Maia.

O deputado se negou a comentar a polêmica em torno da discussão da PEC das eleições diretas, em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), e reforçou que vai tentar colocar em votação ainda nesta quarta-feira as matérias que trancam a pauta do plenário.

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Enquanto os estudantes protocolavam o abaixo-assinado, deputados e senadores de partidos da oposição saíram juntos pela rampa do Congresso Nacional em direção ao ponto de concentração de manifestantes que estão reunidos para seguir em marcha na Esplanada dos Ministérios contra as reformas do governo e as denúncias de corrupção envolvendo o Palácio do Planalto. Os parlamentares caminharam entoando as frases “Diretas Já” e” Fora Temer ”.


* Com informações da Agência Brasil