Deputado entrega mala à PF com R$ 35 mil a menos que o declarado

Segundo depoimento do empresário Joesley Batista, bagagem em poder de Rocha Loures teria R$ 500 mil, mas foi entregue à polícia com R$ 465 mil

Mala que estava em poder do deputado afastado Rocha Loures foi entregue à Polícia Federal na segunda-feira
Foto: Reprodução/Globonews
Mala que estava em poder do deputado afastado Rocha Loures foi entregue à Polícia Federal na segunda-feira

A Polícia Federal informou nesta terça-feira (23) que a mala de dinheiro que estava com o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi entregue às autoridades com R$ 35 mil a menos do que havia sido informado no depoimento feito pelo proprietário da JBS, Joesley Batista.

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De acordo com informações publicadas pelo jornal “ Folha de S.Paulo ”, o auto de apreensão feito pela Polícia Federal consta que a mala que estava em poder do deputado continha R$ 465 mil em espécie, dividido em 9,300 cédulas de R$ 50. A bagagem foi entregue aos policiais pelos advogados do parlamentar na última segunda-feira (22).

A mala de dinheiro foi entregue ao parlamentar em uma pizzaria de São Paulo por Ricardo Saud, que é diretor da JBS . O material estava desaparecido desde o dia 28 de abril, quando câmeras flagraram Rocha Loures segurando a bagagem e entrando em um táxi. Ainda não há uma versão oficial para o fato de a quantia não estar batendo com o depoimento dos delatores.

Histórico

Os proprietários da JBS, Wesley e Joesley Batista, apresentaram à PGR (Procuradoria-Geral da República) uma gravação na qual o presidente Michel Temer endossa o pagamento de uma "mesada" para calar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB)  e o operador de propinas Lúcio Funaro, ambos presos.

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No depoimento aos procuradores, Joesley revelou que a ordem da mesada na cadeia não partiu de Temer, mas que o presidente tinha total conhecimento de toda a operação.

Outra informação que atinge diretamente o presidente é a de que Loures, homem de confiança de Temer, teria recebido propina para cuidar de uma pendência da J&F, holding que controla a JBS. A pendência, no caso, seria a disputa entre a Petrobras e a J&F sobre o preço do gás fornecido pela estatal para a termelétrica EPE.

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Ao ser indagado por Joesley sobre quem poderia ajudar a resolver esta situação a seu favor, Temer teria apenas respondido para falar "com o Rodrigo" – referindo-se a Rocha Loures. A pendência foi resolvida mediante um pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, tempo que duraria o acordo com a EPE. Apenas a primeira parcela de R$ 500 mil teria sido paga ao deputado.