O senador Tasso Jereissati foi indicado por Aécio para assumir o posto de presidente do PSDB interinamente
Marcos Oliveira/Agência Senado
O senador Tasso Jereissati foi indicado por Aécio para assumir o posto de presidente do PSDB interinamente


Aécio Neves anuncia seu afastamento como presidente do PSDB. Após presidir a legenda por mais de quatro anos. Em nota,  ele informou, na tarde desta quinta-feira (18), que estaria se licenciando para dedicar-se à sua defesa diante das acusações reveladas pelas gravações do empresário Joesley Batista.

O texto também conta com a indicação do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para assumir o seu lugar na presidência do PSDB  de forma interina. O tucano ainda diz que sua única prioridade será preparar sua defesa e "provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas".

Mais cedo, a bancada do partido havia articulado o nome de Carlos Sampaio para assumir interinamente a função. O senador tucano já tinha sido afastado, pela manhã, do seu cargo  sob ordem do Supremo Tribunal Federal  (STF) após aparecer em áudio entregue em delação premiada da JBS pedindo R$ 2 milhões a executivos do frigorífico.

Aécio e sua irmã, Andrea Neves, foram alvos de uma operação da Polícia Federal nesta manhã. Andrea, que atuava como sua assessora, foi presa por pedir dinheiro em nome do senador do PSDB. Um primo do senador, Frederico Pacheco de Medeiros, também foi detido por receber malotes de dinheiro.

Além da troca na presidência, o partido tucano avalia romper com o governo de Michel Temer, já que o presidente também apareceu nos áudios da JBS dando aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.

Carlos Sampaio, 54, é promotor de Justiç e ficará na liderança do partido temporariamente.

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Defesa quer reverter afastamento

A defesa do senador Aécio Neves vai buscar ainda nesta quinta-feira (18) no Supremo Tribunal Federal (STF) cópia do processo que resultou no seu afastamento do cargo na manhã desta quinta-feira e pedir para formular um requerimento de reconsideração da decisão ao ministro Edson Fachin.

A informação é do advogado de Aécio, José Eduardo Alckmin. Ele confirmou que Aécio pediu R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista. Mas, segundo o advogado, foi um pedido de empréstimo para custear a defesa do senador – investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com José Eduardo Alckmin, foi uma transação particular, que não teve relação com o cargo de senador.

“Uma operação dessas é corriqueira na esfera civil, todos nós pedimos empréstimo, afinal de contas, os juros dos bancos, vocês sabem muito bem, nem sempre são aceitáveis. Então, quem tem a oportunidade de ter um amigo que pode ajudar pede ajuda. Foi o que aconteceu”, disse. O advogado ressaltou ainda que o dono da JBS estava monitorado pela Polícia Federal, que “foi quem ditou as regras de como as coisas ocorreram”.

De acordo com José Eduardo Alckmin, o senador ficou “surpreso e inconformado com o seu pedido de prisão, que, a seu ver, não está adequado à real versão dos fatos”. Para Aécio, segundo o advogado, o que houve foi uma descontextualização de sua conversa com alguém que era seu amigo.

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Aécio Neves passou a manhã reunido com os advogados José Eduardo Alckmin e Rodrigo Alencastro, em sua casa, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O tucano recebeu, no fim da manhã, integrantes da cúpula do PSDB no Senado. Estiveram reunidos com ele José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e o líder da bancada, Paulo Bauer (SC).

* Com informações da Agência Brasil e Ansa

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