Movimentos de esquerda e de direita convocaram manifestações para os próximos dias para pressionar o presidente Michel Temer (PMDB) a renunciar ao cargo. Os primeiros atos estão marcados para o próximo domingo (21) e deverão ocorrer em diversas capitais do País.
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Os protestos foram convocados pelos movimentos após o vazamento do conteúdo dos acordos de delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, que gravou uma gravação com o presidente na qual é orientado a continuar pagando propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao operador Lúcio Funaro para que não rompam o silêncio no decorrer das investigações da Operação Lava Jato.
Pelo lado da esquerda, as manifestações são realizadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, organizações que reúnem centrais sindicais e grupos oposicionistas ligados a causas sociais. Do campo ideológico da direita, os atos deverão ser liderados pelo Vem Pra Rua.
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Também estão sendo marcados atos para o dia 24 de maio. Os manifestantes esperam reunir pelo menos 100 mil pessoas na capital federal. Além de cobrar a saída de Temer , os grupos oposicionistas prometem pressionar os parlamentares a rejeitarem as propostas de reforma trabalhista e da Previdência Social.
Pedidos de renúncia ganham força
Após instauração de nova crise política no Planalto, não é só a oposição que pede a saída de Michel Temer. Nesta quinta-feira, um dos principais apoiadores do governo, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), divulgou nota pedindo a renúncia. “Se o presidente quer mesmo que o País retome o quadro de recuperação da economia, precisa reconhecer que, em decorrência das denúncias que o envolvem, é ele o maior obstáculo para que isso volte a ocorrer. O presidente precisa entender que, independentemente de seu destino no campo jurídico, já foi julgado e condenado politicamente”, afirmou o parlamentar, que é líder do partido no Senado.
“O gesto de grandeza que lhe resta – e pelo qual clama a sociedade brasileira – é o da renúncia para que o país possa recompor, em outras bases, o seu ambiente político. Sua resistência aos fatos incentiva a ação nefasta dos radicais que investem no “quanto pior, melhor”, acrescentou o senador.
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A saída de Temer é defendida inclusive por movimentos que antes apoiavam o presidente, como o MBL, e o Vem Pra Rua. A advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), também se manifestou pedindo a renúncia de Temer.