Sérgio Cabral é réu pela oitava vez na Operação Lava Jato

Justiça aceitou denúncia que acusa o ex-governador Sérgio Cabral de ter envolvimento nas irregularidades da saúde pública do Rio de Janeiro

Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral é acusado por chefiar esquema de corrupção na área da saúde do Rio
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebo/Agência Brasil
Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral é acusado por chefiar esquema de corrupção na área da saúde do Rio

Nesta terça-feira (16), o juiz Marcelo Bretas, da 7º Vara Federal Criminal do Rio, decidiu aceitar o pedido de investigação do ex-governador Sérgio Cabral por desvio de dinheiro na área da Saúde. Com mais esta denúncia, Cabral se torna, pela oitava vez, réu pela Operação Lava Jato.

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A acusação foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF) que aponta o envolvimento de Sérgio Cabral em esquemas de corrupção passiva e ativa e organização criminosa por irregularidades cometidas na Secretaria de Estado de Saúde, durante seu mandato como governador do Rio de Janeiro, entre 2007 e 2014.

Ao acatar a denúncia, o juiz Bretas declarou que o MPF “expôs com clareza o fato criminoso e suas circunstâncias, fazendo constar a qualificação dos denunciados e a classificação dos crimes”.

Investigações

Desde que o ex-governador foi preso, em novembro de 2016, ele já foi investigado por desviar dinheiro de obras, como a do Maracanã e Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), receber propina do ex-empresário Eike Batista, lavar dinheiro da corrupção com conta no exterior e fraudar licitações.

Além dele, o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes também está sendo investigado com outros cinco envolvidos, sendo eles: César Romero, Carlos Miranda, Gustavo Estellita, Carlos Bezerra e Miguel Iskin, todos acusados de pagar o receber propina para fraudar contratos da área da saúde.

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Desdobramento

A denúncia do MPF aponta que Côrtes havia sito escolhido por Cabral para continuar com os esquemas de corrupção no Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into). A partir de materiais apurados nas operações Calicute e Eficiência, mais evidências fizeram com que as ramificações da organização criminosa de Cabral viesse à tona.

O modus operandi da organização, que correspondia a 5% de todos os contratos do estado e da Secretaria de Saúde, foi apurado na Operação Fatura Exposta, que provocou a de Côrtes, Iskin e Estellita.

Côrtes e o subsecretário de Saúde César Romero eram os responsáveis por direcionar as licitações de serviços e equipamentos médicos ao cartel organizado pelos empresários, sócios nas empresas Oscar Iskin Ltda. e Sheriff Serviços e Participações.

Enquanto isso, Miranda e Bezerra distribuíam o dinheiro pago pelos empresários, no total de mais de R$ 16,2 milhões. Além de Cabral, o ex-secretário e o subsecretário recebiam, respectivamente, 2% e 1% sobre os valores dos contratos da saúde. Os pagamentos, que eram recebidos e repassados pelos operadores mensalmente, variavam entre R$ 400 mil e R$ 500 mil.

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 *Com informações da Agência Brasil