O publicitário João Santana, responsável pela campanha à reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, disse ter ficado claro, em reuniões com o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que o petista tinha conhecimento sobre o uso de recursos de caixa dois na campanha.
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De acordo com o texto do anexo 2 da delação de Santana, em que é resumido o teor do depoimento, Palocci foi o responsável por negociar os termos do contrato da Pólis, empresa de marketing do empresário com a esposa, Mônica Moura. “Nestes encontros ficou claro que Lula sabia de todos os detalhes, de todos os pagamentos por fora recebidos pela Pólis, porque Antonio Palocci, então ministro da fazenda, sempre alegava que as decisões definitivas dependiam da ‘palavra final do chefe’”, diz o texto.
O casal de publicitários João Santana e Mônica Moura firmou acordo de delação premiada com a Justiça, cujo teor teve o sigilo retirado nesta quinta-feira (11) pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a delação, Santana disse que Palocci tinha pleno poder sobre uma conta de caixa dois do PT junto à empresa Odebrecht. Os pagamentos, no entanto, não eram feitos em dia, motivo pelo qual o publicitário fazia cobranças diretas ao ex-presidente. Tais cobranças diretas teriam sido feitas também a Dilma , durante a campanha presidencial de 2010.
De acordo com o texto que introduz a delação de João Santana, os dois ex-presidentes se comprometeram a resolver o impasse e, de fato, os pagamentos voltavam a ocorrer. "Tanto os pagamentos oficiais, quanto os recebimentos de valores através de caixa dois.”
O texto diz ainda que João Santana tem plenas condições de discorrer sobre as interlocuções referente às cobranças realizadas diretamente e pessoalmente com o petista
Defesa
Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que as declarações nada provam, inclusive por terem sido dadas no contexto de delações, nas quais o Ministério Público Federal pressiona pessoas a confessarem crimes para se livrar da prisão.
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“Veículos de imprensa já denunciaram que a força-tarefa da Lava Jato tem exigido referências a Lula como condição para aceitar delações. O assunto foi oficialmente levado ao Procurador-Geral da República para que seja investigado com isenção, mas até o momento desconhecemos qualquer providência nesse sentido”, diz a nota. “A perseguição política por meios jurídicos (‘ lawfare ’) fica cada dia mais clara e está sendo vista pelo mundo", acrescenta o texto.
* Com informações da Agência Brasil