Após mais de quatro horas de audiência, o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz federal Sérgio Moro foi encerrado por volta das 19h05 desta quarta-feira (10). O interrogatório na sede da Justiça Federal em Curitiba se deu no âmbito da ação penal na qual Lula e mais seis são investigados por esquema envolvendo a compra e reforma de um tríplex no Guarujá. Esta foi a primeira vez que o petista e o juiz da Lava Jato ficaram frente a frente.
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O ex-presidente desembarcou na capital paranaense por volta das 10h20 desta quarta e chegou ao local da audiência por volta das 13h50. Ele fez questão de caminhar no meio de uma manifestação de simpatizantes, a caminho do prédio, quando segurou uma bandeira brasileira. O depoimento de Lula começou por volta das 14h.
Para evitar confronto entre manifestantes a favor e contra a prisão do ex-presidente, a capital paranaense preparou um esquema especial de segurança na cidade.
Uma decisão judicial proibiu acampamentos pela cidade das 23h de segunda até as 23h desta quarta. Além disso, a circulação de veículos e pedestres na região da Justiça Federal, no bairro Ahú, também foi limitada pela mesma decisão.
Há uma força-tarefa em pontos estratégicos da cidade, com participação das polícias Civil, Militar, Rodoviária e Federal. Também foram feitos bloqueios no trânsito e alteração de algumas linhas de ônibus
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Processo
No processo em que é interrogado por Sérgio Moro , o petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propina da empreiteira OAS. Em troca do dinheiro, a empresa seria beneficiada em contratos com a Petrobras.
Ainda de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a OAS destinou ao ex-presidente um apartamento tríplex, em Guarujá (SP), fez reformas no imóvel e também pagou a guarda de bens de Lula em um depósito da transportadora Granero. O MPF denunciou o petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em setembro 2016.
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Após o interrogatório de Lula, o processo chegará à fase final. A partir daí, o MPF e as defesas poderão pedir as últimas diligências. Caso isso não ocorra, o juiz determinará os prazos para que as partes apresentem as alegações finais. Na sequência, os autos voltam a Moro, que vai definir a sentença do ex-presidente, podendo condenar ou absolvê-lo. Não há data definida para a publicação da sentença.