A aprovação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados, ocorrida na noite desta quarta-feira (26)
, levantou dúvidas acerca da capacidade do governo em aprovar a reforma da Previdência, que também é discutida pelos deputados.
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O texto-base da reforma trabalhista recebeu o apoio de 296 parlamentares na votação desta quarta-feira, número inferior ao mínimo necessário para aprovar as alterações idealizadas pela equipe de Michel Temer para as regras da aposentadoria. Por se tratar de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a reforma da Previdência precisa do apoio de ao menos 3/5 dos deputados, o equivalente a 308 votos. Além disso, são necessárias votações em dois turnos no plenário da Câmara.
O projeto que modifica pontos da legislação trabalhista teve 177 votos contrários na Câmara, alguns deles de parlamentares que compõem a base de apoio do governo no Congresso. A 'dissidência' atingiu até mesmo a bancada do PMDB, partido de Michel Temer, que viu sete de seus integrantes irem contra o projeto.
O presidente, no entanto, não queimou todos os seus cartuchos já nesta quarta-feira. O chefe do Executivo federal exonerou três ministros que possuem mandatos como deputado federal para participar da votação da reforma trabalhista: Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Bezerra Filho (Minas e Energia). Para aprovar a reforma da Previdência, o contingente de ministros que devem retomar momentaneamente seus postos na Câmara pode subir para 15, segundo informação do Blog Esplanada
, do iG.
A PEC da reforma da Previdência ainda está em discussão na comissão especial da Câmara, onde os deputados da base e da oposição firmaram acordo para que a do relatório apresentado por Arthur Maia (PPS-BA) seja votado na próxima terça-feira (2).
Já a partir do dia 8, o relatório estaria pronto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. Para que isso aconteça, a equipe do governo Temer segue atuando para conquistar os votos necessários para aprovar as mudanças nas regras para a aposentadoria.
Fator greve
No Senado, o petista Lindbergh Farias (RJ) disse acreditar que a greve geral marcada para esta sexta-feira
(28) pode impactar na votação da reforma da Previdência na Câmara.
"Eu acho que essa greve vai derrotar de vez a reforma da Previdência e vai balançar de vez o Palácio do Planalto. É como se o Brasil todo estivesse dizendo 'Sai, Temer, sai daí', e esse governo vai ficar cada vez mais fraco", declarou o senador.
Lindbergh também considerou a reforma trabalhista "uma perversidade brutal" contra os trabalhadores e criticou as mudanças na Previdência Rural e no Benefício de Prestação Continuada, pago a pessoas com deficiência e a idosos acima de 65 anos que tenham renda mensal inferior a um quarto do salário mínimo. Para o senador, tirar dinheiro dessas pessoas significa um prejuízo ao País porque esses dois benefícios têm efeito dinamizador na economia.
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*Com informações da Agência Senado