O delator Marcelo Odebrecht afirmou em delação premiada ao juiz federal Sérgio Moro que Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva sabiam que aconteciam doações não contabilizadas da empreiteira para as campanhas do PT à Presidência da República, o chamado caixa 2.
Segundo Odebrecht, ele teria se encontrado com Dilma Rousseff em 2015, no México, e alertado sobre a possível contaminação que o repasse poderia causar à sua campanha por causa das investigações da Operação Lava Jato. “No que tange à questão do caixa 2, tanto Lula quanto Dilma tinham conhecimento de um montante, não necessariamente o valor preciso, mas tinham conhecimento da dimensão de todo nosso apoio ao longo dos anos”, afirmou.
“A Dilma, ela sabia, que grande parte do nosso apoio tava direcionado para João Santana [responsável pelo marketing da campanha]. E especificamente em 2015, no encontro que tive, já com a Operação Lava Jato deflagrada, tive consciência de todos os depósitos que tinham sido feitos, eu mostrei a ela a quantidade que pdoeria contaminar a campanha dela", disse em um dos depoimentos da delação premiada.
A citação aos ex-presidentes do País aconteceu em um dos depoimentos de Marcelo Odebrecht em delação premiada, no final do ano passado. A divulgação dos vídeos e áudios, porém, só foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin na última quarta-feira (12).
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O outro lado
Em nota, a ex-presidente Dilma Rousseff afirma que o empreiteiro Marcelo Odebrecht faltou com a verdade. Segundo ela, nunca pediu recursos para campanha ao empresário, e refuta sobre o que chama de “insinuações de que tenha beneficiado a construtora”. A petista declara que nunca manteve relação de amizade ou de amizade com o dono da empreiteira.
Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu uma mensagem no Facebook, em que divulga trechos de uma entrevista cedida à rádio Metrópole, em Salvador, na qual diz que encara com naturalidade todas as falsas acusações que vem sofrendo. Ele também afirma que o Brasil “não pode viver sob uma ditadura de um pequeno grupo do Poder Judiciário”.
*As informações são da Agência Brasil