O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou nesta sexta-feira (7) pedido para soltar o ex-ministro Antonio Palocci, preso em setembro do ano passado na Operação Lava Jato. Na decisão, Fachin entendeu que a defesa de Palocci deve aguardar o fim da tramitação de outro pedido de liberdade.
Leia também: Justiça Federal nega pedido para soltar Antonio Palocci
Palocci e mais 14 pessoas são rés em uma ação penal relatada pelo juiz Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal, em Curitiba. Todos são acusados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato .
De acordo com a Polícia Federal, a empreiteira Odebrecht tinha uma “verdadeira conta-corrente de propina” com o PT. Para os investigadores, a conta era gerida pelo ex-ministro Palocci. Segundo os investigadores, os pagamentos ao petista eram feitos por meio do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, departamento responsável pelo pagamento de propina a políticos, em troca de benefícios indevidos no governo federal.
A defesa de Palocci nega as acusações e sustenta que Sérgio Moro é parcial na condução do processo.
Leia também: Antonio Palocci e outros 14 viram réus
Ação Penal
Além de Palocci, também são acusados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro o empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. A lista é completada por Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci; Eduardo Musa; Fernando Migliaccio; Hilberto Mascarenhas Filho; João Carlos Ferraz; Luiz Eduardo da Rocha Soares; Marcelo Rodrigues; Olívio Rodrigues Júnior e Rogério Santos de Araújo.
De acordo com a denúncia do MPF, apresentada à Justiça no dia 28 de outubro do ano passado, a força-tarefa identificou que, entre 2006 e 2015, Palocci montou um esquema de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht. O ex-ministro teria agido para garantir os interesses da construtora junto ao governo federal.
Leia também: Quais são as acusações contra Palocci?
A denúncia sustenta que, em troca da articulação no âmbito do primeiro escalão do governo, Palocci cobrava propina da empresa. O dinheiro ilegal, conforme a acusação, era destinado “majoritariamente” ao PT.
Em sua decisão, Moro ressaltou que a configuração ou não, de crime de corrupção e de lavagem na Operação Lava Jato, "depende de profunda avaliação e valoração das provas, devem ser deixados ao julgamento, após a instrução e o devido processo".
* Com informações da Agência Brasil