Em delação premiada, Pezão foi acusado de ter recebido propina de TCE para pagar suas despesas
Fernando Frazão/Agência Brasil
Em delação premiada, Pezão foi acusado de ter recebido propina de TCE para pagar suas despesas

Em delação premiada, Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), afirma que o órgão do Rio de Janeiro teria pago R$ 900 mil em despesas do governador Luiz Fernando Pezão.

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Jonas acusa o subsecretário de Comunicação do estado do Rio, Marcelo Santos Amorim, o Marcelinho, de ter sido responsável por recolher a propina para Pezão. As informações, de acordo com o delator, vieram do próprio Marcelinho, que havia lhe confirmado o esquema por meio de anotações que comprovavam a arrecadação do dinheiro.

A quantia teria sido paga por empresas do ramo alimentício que tinham contrato com o governo e que haviam recebido R$ 160 milhões do TCE, para pagamento de refeições em presídios estaduais.

Jonas Lopes Neto também declarou que o TCE havia concordado em abrir mão do fundo, em troca de propinas que correspondiam a 15% dos contratos. Marcelinho teria ficado com 1% do valor, por sua intermediação nas negociações com as empresas.

Marcelinho foi levado coercitivamente para depor durante a Operação Quinto do Ouro, responsável por prender cinco conselheiros do TCE na última quarta-feira (29).

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Pezão diz não ter envolvimento

No depoimento, Lopes afirma que Pezão sabia dos esquemas de propina no TCE e chegou, inclusive, a reunir os outros beneficiários em sua casa, para um jantar onde iriam acertar os repasses.

O encontro, onde o governador ofereceu vinho português, definiu que quem iria acompanhar as negociações da propina seria Wilson Carlos, ex-secretário de governo de Sergio Cabral, que foi preso. A reunião teria acontecido em 2013, quando Jonas era presidente do TCE e Pezão, vice-governador.

No entanto, em nota publicada pelo jornal Folha de São Paulo enviada pela assessoria de Pezão, ele nega as acusações, afirmando que “desconhece o teor das investigações e nega que tenha recebido valores ilícitos ou autorizado qualquer pessoa a receber”. O texto acaba com a declaração de que o governador continua à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento.

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