![Em delação premiada, Pezão foi acusado de ter recebido propina de TCE para pagar suas despesas Em delação premiada, Pezão foi acusado de ter recebido propina de TCE para pagar suas despesas](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/17/iw/r8/17iwr87elym4l7kgeynw2whfg.jpg)
Em delação premiada, Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), afirma que o órgão do Rio de Janeiro teria pago R$ 900 mil em despesas do governador Luiz Fernando Pezão.
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Jonas acusa o subsecretário de Comunicação do estado do Rio, Marcelo Santos Amorim, o Marcelinho, de ter sido responsável por recolher a propina para Pezão. As informações, de acordo com o delator, vieram do próprio Marcelinho, que havia lhe confirmado o esquema por meio de anotações que comprovavam a arrecadação do dinheiro.
A quantia teria sido paga por empresas do ramo alimentício que tinham contrato com o governo e que haviam recebido R$ 160 milhões do TCE, para pagamento de refeições em presídios estaduais.
Jonas Lopes Neto também declarou que o TCE havia concordado em abrir mão do fundo, em troca de propinas que correspondiam a 15% dos contratos. Marcelinho teria ficado com 1% do valor, por sua intermediação nas negociações com as empresas.
Marcelinho foi levado coercitivamente para depor durante a Operação Quinto do Ouro, responsável por prender cinco conselheiros do TCE na última quarta-feira (29).
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Pezão diz não ter envolvimento
No depoimento, Lopes afirma que Pezão sabia dos esquemas de propina no TCE e chegou, inclusive, a reunir os outros beneficiários em sua casa, para um jantar onde iriam acertar os repasses.
O encontro, onde o governador ofereceu vinho português, definiu que quem iria acompanhar as negociações da propina seria Wilson Carlos, ex-secretário de governo de Sergio Cabral, que foi preso. A reunião teria acontecido em 2013, quando Jonas era presidente do TCE e Pezão, vice-governador.
No entanto, em nota publicada pelo jornal Folha de São Paulo enviada pela assessoria de Pezão, ele nega as acusações, afirmando que “desconhece o teor das investigações e nega que tenha recebido valores ilícitos ou autorizado qualquer pessoa a receber”. O texto acaba com a declaração de que o governador continua à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento.
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