Lava Jato: contratos fictícios com a VW Refrigeração serviram para lavar propina da Andrade Gutierrez em Angra 3
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Lava Jato: contratos fictícios com a VW Refrigeração serviram para lavar propina da Andrade Gutierrez em Angra 3

A força-tarefa de procuradores que atuam na Operação Lava Jato  no Rio de Janeiro denunciou sete pessoas pelo crime de lavagem de dinheiro em esquema envolvendo as obras da usina de Angra 3. A denúncia foi entregue pelo Ministério Público Federal (MPF) à 7ª Vara Federal Criminal na segunda-feira (20), mas só veio a público nesta quinta.

Entre os denunciados estão cinco ex-dirigentes da Eletronuclear que já estão presos preventivamente no presídio de Bangu 8, e dois sócios da empresa VW Refrigeração. Os investigadores da Lava Jato acusam o grupo de lavar mais de R$ 2,3 milhões que seriam destinados às obras da usina.

Por parte dos ex-diretores da estatal de energia, foram denunciados José Eduardo Costa Mattos, Edmo Negrini (Administração e Finanças), Luiz Soares (Dir. Técnico), Luiz Messias (Superintendência de Gerenciamento de Empreendimentos) e Pérsio José Gomes Jordani (Planejamento, Gestão e Meio Ambiente). Além deles, foram acusados os empresários Marco Aurélio Barreto e Marco Aurélio Vianna, da VW Refrigeração.

A investigação identificou ao menos 27 saques não identificados e depósitos entre 2010 e 2016 nas contas dos executivos da Eletronuclear, que já foram denunciados antes por corrupção e lavagem.

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Contratos com a VW lavaram propina da Andrade Gutierrez

O esquema de lavagem de dinheiro envolvia, além da VW, a construtora Andrade Gutierrez. Segundo o MPF, com base nos dados bancários dos gestores da Eletronuclear e da VW Refrigeração, que teria Costa Mattos como “sócio oculto”, foram rastreados repasses de propina para os outros ex-diretores, que variam entre R$ 706,5 mil (Luiz Soares) e R$ 446,9 mil (Luiz Messias).

"Ficou evidente a correspondência entre operações de pagamento e os saques das contas da VW, cujo único serviço prestado à Eletronuclear foi uma vistoria (e seu relatório) nas centrais de gelo do canteiro de obras da usina. A vistoria durou poucos dias e o ajuste fictício fixara mais de quatro anos de serviço", diz a Procuradoria.

“As saídas das contas da VW Refrigeração e os depósitos para os ex-gestores da Eletronuclear são suficientes para demonstrar que Negrini, Soares, Messias e Jordani, com a supervisão de Costa Mattos, se beneficiaram da lavagem de dinheiro da propina pela Andrade Gutierrez usando contratos fraudulentos com a VW Refrigeração”, afirmam os autores da denúncia, cujas novas descobertas levaram à atualização da estrutura de lavagem de ativos conhecida pela força-tarefa da Lava Jato.

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