Os advogados da ex-presidente Dilma Rousseff levaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) novos requerimentos cobrando que os delatores da Odebrecht apresentem provas sobre o pagamento de propina à campanha que reelegeu a petista em 2014.
O pedido foi apresentado na noite desta segunda-feira (20) ao corregedor-geral Eleitoral, ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa
que elegeu Dilma e seu vice, Michel Temer, na eleição presidencial de 2014.
Nos requerimentos, os advogados da petista alegam que para cada alegação de ex-executivos da Odebrecht não foi anexado nenhum indício ou prova que possa atestar a veracidade das acusações.
No caso do empresário Marcelo Odebrecht, a defesa pede que ele apresente ao TSE provas documentais sobre encontros com Dilma e esclareça "anotações cifradas e incompreensíveis" sobre reuniões com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
A defesa cita ainda o caso de Alexandrino Alencar, que disse ter participado de reunião, na sede da Odebrecht com o tesoureiro da campanha da petista, Edinho Silva, e o empresário Marcelo Odebrecht, em junho de 2014. No encontro, os delatores dizem que teria sido acertada a doação de dinheiro, via caixa dois, a partidos aliados.
"Documentos são pífios"
O pedido de provas documentais já havia sido feito anteriormente pelo próprio ministro Herman Benjamin . Em despacho publicado no dia 7 deste mês, o relator da ação movida pelo PSDB e pela Coligação Muda Brasil determinou que fossem apresentados "todos os dados de corroboração, de natureza documental, que lastreiem o depoimento prestado perante esta Justiça Eleitoral".
O pedido de Benjamin foi direcionado aos advogados de Marcelo Bahia Odebrecht, Benedito Barbosa da Silva Júnior, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Cláudio Melo Filho, Alexandrino de Salles Ramos Alencar, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho e Luiz Eduardo da Rocha Soares.
De acordo com o advogado Flávio Crocce Caetano, um dos defensores de Dilma no processo, os materiais apresentados a partir do pedido do ministro Benjamin "são pífios".
A defesa da ex-presidente questiona ainda o fato de que não há dados sobre os pagamentos nem a quem foi destinado o dinheiro, nem mesmo datas ou números de contas. O mesmo teria acontecido no caso dos delatores Fernando Reis, Fernando Migliaccio, Maria Lúcia Tavares e Hilberto Silva.
Caso Dilma e Temer sejam condenados na ação no TSE, a petista ficará inelegível por oito anos e o peemedebista terá o mandato como presidente da República cassado.