Juiz Moro 'apostou' na inexistência de extorsão por parte de Paulo Roberto Costa, argumento usado por Marcondes Ferraz
Agência Brasil - 01.12.2016
Juiz Moro 'apostou' na inexistência de extorsão por parte de Paulo Roberto Costa, argumento usado por Marcondes Ferraz

O juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia oferecida pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato  contra o empresário Mariano Marcondes Ferraz, representante da Decal Brasil Ltda. O Ministério Público Federal imputa a ele a prática dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Na denúncia aceita nesta quinta-feira (2) pelo juiz Sérgio Moro , da 13ª Vara Federal de Curitiba, o MPF aponta que Marcondes Ferraz teria pago US$ 868 mil ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. O pagamento teria sido feito com o intuito de manter o contrato de prestação de serviços que a Decal Brasil mantinha com a Petrobras em instalações no Porto de Suape, em Pernambuco.

Os procuradores apuraram que o pagamento de propina foi feito por meio de transferências a offshores operadas por Humberto Sampaio Mesquita na Suíça.

As informações foram confirmadas pelo próprio operador das offshores e pelo beneficiário da propina, Paulo Roberto Costa. Os dois possuem acordos de colaboração com as investigações da Lava Jato e, por isso, não foram denunciados pelo MPF por esse episódio.

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Marcondes já havia sido preso preventivamente por decisão do juiz Moro em outubro do ano passado, mas foi liberado após pagar passar cerca de duas semanas na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e pagar fiança de R$ 3 milhões.

Ao receber a denúncia contra o empresário, Moro desdenhou do argumento de Marcondes Ferraz sobre ter sido vítima de extorsão por parte de Paulo Roberto Costa, mas disse que a alegação "terá que ser examinada, após a instrução, no julgamento".

"Por ora, considero o fato de que há indicativos de que foi paga propina a Paulo Roberto Costa mesmo após a saída dele do cargo de diretor da Petrobras, o que sinaliza, em cognição sumária, pela inexistência de concussão ou extorsão.

Mais Lava Jato

Também nesta quinta-feira (2), o juiz Sérgio Moro decidiu pela extinção da ação contra a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu no início do mês passado. O magistrado marcou ainda para o dia 3 de maio o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação sobre o tríplex no Guarujá.

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