O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), futuro ministro da Justiça, negou que sua nomeação tenha qualquer intenção de obstruir as investigações da Operação Lava Jato feitas pela PF (Polícia Federal). Ele afirmou que a origem da pasta é administrativa e que as atuações do ministério e da PF não se confundem.
Leia também: Eliseu Padilha pede licença após acusação de ex-assessor de Temer
Em entrevista concedida nesta sexta-feira ao programa "Nos Corredores do Poder", da "TV Brasil", o futuro ministro negou ter defendido anistia do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que teve o mandato cassado no ano passado. Serraglio explicou que a relação entre os dois estava limitada ao fato de serem do mesmo partido e trabalharem por pautas em comum, como o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff (PT).
O futuro titular da pasta acusou os veículos de imprensa de “defeito de interpretação” por dizerem que ele anistiaria Cunha , atualmente preso em Curitiba. Serraglio explicou que a situação de Dilma, na época do processo de impeachment, e de Cunha se assemelhavam por tratarem de fatos anteriores ao mandato que tinham e, por isso, falou em anistia para o ex-deputado federal.
Leia também: Ex-ministro de Dilma, será líder do governo Temer na Câmara
“Nos jornais saiu que eu daria anistia para o Cunha. Isso é um defeito de interpretação. Foi apresentada a acusação do impeachment da Dilma , e a defesa tinha como maior argumento que ela só podia responder pelos atos praticados no atual mandato. Eu dizia que, se o PT estava dizendo isso, ele iria anistiar o Cunha, porque ele estava sendo acusado por questões anteriores, as contas na Suíça. Precisamos entender o direito como ele funciona”, disse o deputado.
Nomeação
Serraglio foi confirmado na quinta-feira (23) pelo presidente Michel Temer (PMDB) como novo titular da Justiça. Em nota divulgada pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, Temer expressou "plena confiança" na capacidade de Serraglio para conduzir os trabalhos da pasta.
LEIA MAIS: Posse de Alexandre de Moraes no Supremo será realizada no dia 22 de março
"Jurista e congressista com larga trajetória parlamentar na Câmara dos Deputados", Serraglio "traz sua ampla experiência profissional e política para o trabalho de levar adiante a agenda de atribuições sob sua responsabilidade", disse Parola. Serraglio substituirá Alexandre de Moraes , nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) após ter sido indicado por Temer.
* Com informações da Agência Brasil