O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro ofereceu denúncia contra o ex-governador Sérgio Cabral, o empresário Eike Batista e mais seis pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro, nesta sexta-feira (10). Essa é a primeira denúncia no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no estado. Os detalhes serão divulgados ainda na manhã desta sexta pela força-tarefa de procuradores.
Na última quarta-feira (8), a Polícia Federal indiciou Cabral, Eike Batista e outras 10 pessoas pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O empresário está preso desde o dia 30 de janeiro, na Penitenciária Bangu 9. Cabral responde a mais de um processo e está preso desde o dia 17 de novembro do ano passado.
De acordo com a Polícia Federal, o ex-bilionário é suspeito de ter pagado R$ 16,5 milhões em propinas a fim de se beneficiar em obras realizadas no estado do Rio. Nesta quarta, o empresário preso foi levado – mais uma vez – para depor na sede da PF, porém não respondeu perguntas de jornalistas, somente ao juiz.
Operação Eficiência
O Ministério Público Federal deu início à Operação Eficiência no dia 26 de janeiro, investigando a ocultação de mais de R$ 317 milhões (US$ 100 milhões), por meio de remessas para o exterior. De acordo com os procuradores responsáveis pela investigação, entre agosto de 2014 e junho de 2015, a organização criminosa movimentou R$ 39,7 milhões.
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Segundo divulgado pelo MPF, um dos esquemas investigados acontecia entre o empresário Eike Batista e Flávio Godinho, do grupo EBX, a pedido do ex-governador Sérgio Cabral, com o repasse de propina de US$ 16,5 milhões, utilizando uma conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá.
Para dar uma aparência de legalidade ao esquema, foi feito um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding do empresário, e a empresa Arcadia Associados – em que constava a compra de uma mina de ouro.
Ademais, Eike Batista, Flávio Godinho e Sérgio Cabral também são suspeitos de terem atrapalhado as investigações dos procuradores. Contudo, com o apoio de colaboradores, o MPF conseguiu fazer a repatriação de pelo menos R$ 270 milhões, que já estão à disposição da Justiça Federal em uma conta aberta na Caixa. A força-tarefa está solicitando cooperação internacional para o bloqueio e posterior repatriação dos valores ainda ocultos em outros países.
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