O empresário Eike Batista, Sérgio Cabral e outras dez pessoas foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira (8). Entre o grupo estão a ex-esposa e o irmão do ex-governador do Rio de Janeiro. Todos são alvos da Operação Eficiência, uma das fases da Operação Lava Jato.
Eike Batista é acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e está preso desde o dia 30 de janeiro, na Penitenciária Bangu 9 . Já Sérgio Cabral responde a mais de um processo por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele está preso desde o dia 17 de novembro do ano passado.
De acordo com a Polícia Federal, o ex-bilionário é suspeito de ter pagado R$ 16,5 milhões em propinas a fim de se beneficiar em obras realizadas no estado do Rio. Nesta quarta, o empresário preso foi levado – mais uma vez – para depor na sede da PF, porém não respondeu perguntas de jornalistas, somente ao juiz.
Também foram indiciados nesta quarta os seguintes acusados e investigados na Operação Eficiência:
- Wilson Carlos Cordeiro dá Silva Carvalho, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda e Luiz Carlos Bezerra - que respondem por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa;
- Sérgio de Castro Oliveira, Álvaro José Galliez Novis, Thiago de Aragão Gonçalves Pereira e Silva, Francisco de Assis Neto e Mauricio de Oliveira Cabral Santos - que respondem por lavagem de dinheiro e organização criminosa;
- Flávio Godinho, que responde por organização criminosa, e Suzana Neves Cabral, que responde por lavagem de dinheiro.
Cabral e a Calicute
Sérgio Cabral foi preso no dia 17 de novembro, em sua casa no Leblon, Rio de Janeiro, como consequência da operação Calicute, ligada à Lava Jato. A operação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), em ação conjunta com o MPF e a Receita Federal do Brasil.
LEIA MAIS: Prisão de Eike Batista gera memes nas redes sociais; veja alguns deles
Operação Eficiência
O Ministério Público Federal deu início à Operação Eficiência no dia 26 de janeiro, investigando a ocultação de mais de R$ 317 milhões (US$ 100 milhões), por meio de remessas para o exterior. De acordo com os procuradores responsáveis pela investigação, entre agosto de 2014 e junho de 2015, a organização criminosa movimentou R$ 39,7 milhões.
Segundo divulgado pelo MPF, um dos esquemas investigados acontecia entre o empresário Eike Batista e Flávio Godinho, do grupo EBX, a pedido do ex-governador Sérgio Cabral, com o repasse de propina de US$ 16,5 milhões, utilizando uma conta Golden Rock no TAG Bank, no Panamá.
Para dar uma aparência de legalidade ao esquema, foi feito um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding do empresário, e a empresa Arcadia Associados – em que constava a compra de uma mina de ouro.
Ademais, Eike Batista, Flávio Godinho e Sérgio Cabral também são suspeitos de terem atrapalhado as investigações dos procuradores. Contudo, com o apoio de colaboradores, o MPF conseguiu fazer a repatriação de pelo menos R$ 270 milhões, que já estão à disposição da Justiça Federal em uma conta aberta na Caixa. A força-tarefa está solicitando cooperação internacional para o bloqueio e posterior repatriação dos valores ainda ocultos em outros países.
*Com informações da Ansa