Imagine duas noites seguidas de balada regadas aos champanhes Dom Pérignon e Ace of Spades Rose Magnum e à tequila Patrón Magnum, algumas das bebidas mais caras do mundo. Digno de "rei do camarote", não? Foi assim que um executivo brasileiro curtiu os dias 10 e 11 de junho do ano passado, em Nova York. Mas, na época, ninguém pagou a conta.
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O executivo em questão é o Marco Luz Gonçalves, diretor de fusões e aquisições do banco BTG Pactual. A dívida de aproximadamente US$ 340 mil (o equivalente a R$ 1 milhão, na cotação de hoje) com o Provocateur, famoso club na Big Apple, só foi quitada oito meses depois.
A notícia do pagamento da conta foi publicada na última quinta-feira (2) pelo jornal norte-americano The New York Daily News . Em resposta a essa matéria, o BTG Pactual teria demitido o executivo nesta segunda-feira (6).
O boato da demissão foi publicado por um colunista do jornal O Globo . Para a reportagem do iG , no entanto, a assessoria do banco disse que não confirma a informação.
Segundo o The New York Daily News, Gonçalves teria levado amigos para o clube e recebido uma conta de US$ 208.005,74 no dia 10 de junho. Na noite seguinte, teria gasto mais US$ 131.871,46. Nas duas vezes, o executivo entregou para o clube seu cartão Amex. Mas as despesas não foram autorizadas pela operadora de crédito.
De acordo com um processo ao qual o jornal americano teve acesso, para negociar a dívida, o gerente do Provocateur, concordou em emprestar US$ 250 mil a Gonçalves, com a condição de que o dinheiro fosse reembolsado à casa até o dia 31 de dezembro.
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Na última quarta-feira (1º), Gonçalves e o club Provocateur chegaram a um acordo. Detalhes da decisão, no entanto, não foram divulgados publicamente.
Em nota, a assessoria de imprensa de Gonçalves nega a veracidade da reportagem do The New York Daily News
. “Em relação à reportagem publicada pelo New York Daily News
, repercutida por alguns veículos de comunicação do Brasil, informo que desconheço os fatos ali narrados e que não possuo nenhum tipo de pendência com o estabelecimento comercial mencionado no texto”.
BTG Pactual e a Lava Jato
Se confirmado, o episódio baseado no "rei do camarote" passa a ser mais uma questão delicada que o BTG tem que lidar após os problemas ligados a André Esteves.
Em novembro de 2015, André, que é um dos sócios do BTG, foi preso pela Operação Lava Jato, acusado de participar de uma negociação que envolvia pagamentos à família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não assinasse acordo de delação premiada. Na mesma operação, o ex-senador Delcídio do Amaral foi preso.
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Em dezembro do mesmo ano, o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki libertou o banqueiro e determinou sua prisão domiciliar, depois que a defesa argumentou que a prisão havia sido decretada com base apenas nas declarações de Delcídio, que havia falado sobre a participação de Esteves. Em abril de 2016, Teori revogou a prisão domiciliar e permitiu que o executivo BTG voltasse a trabalhar.