O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), candidato à presidência da Câmara, admitiu a possibilidade de renunciar à disputa pelo comando da Casa em prol da unidade da base aliada do presidente Michel Temer (PMDB). Para isso, entretanto, afirmou que é necessário que o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também desista da reeleição.
Após participar de reunião com Temer, o deputado deu uma entrevista coletiva e garantiu que dará continuidade às viagens pelo País para promover sua candidatura. No entanto, pregou “desprendimento”, com intuito de evitar “qualquer movimentação de separação da base” aliada. Rosso se lançou candidato no dia 9 de janeiro.
“Pela governabilidade, eu tenho total desprendimento em apoiar uma candidatura de consenso na Casa, menos uma candidatura inconstitucional. Se for pela garantia da governabilidade, para que o Brasil possa superar essa travessia difícil dos próximos dois anos, eu não tenho nenhuma dificuldade com esse desprendimento. Apenas não vou apoiar uma candidatura que julgo inconstitucional”, afirmou, referindo-se a Rodrigo Maia.
Rosso disse ser contra o chamou de “judicialização” da eleição e afirmou que uma eventual reeleição de Maia faria a Câmara ter uma Mesa Diretora “sub judice” ao longo deste ano. Por esse motivo, destacou que espera que o STF (Supremo Tribunal de Justiça) se manifeste sobre esse tema a tempo.
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"Isso gera instabilidade e insegurança. É isso que eu tenho dito reiteradas vezes, com muita humildade, que quando lançamos nossa candidatura ano passado, não contávamos em nenhuma hipótese com uma candidatura à reeleição contra o que dispõe a Constituição”, disse o parlamentar.
Segundo Rosso, o encontro com Temer teve como objetivo discutir questões tributárias. Ao final do encontro, afirmou, foi mencionado o assunto da candidatura à Câmara, mas ressaltou que o presidente teria repetido o discurso da “imparcialidade e isenção”. “Eu confio muito nisso. Tenho certeza que um auxiliar do presidente que estiver fazendo o contrário estará no mínimo desrespeitando o chefe.”
Supremo
Na última segunda-feira (16), a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, deu prazo de dez dias para que a Corte se manifeste sobre a candidatura de Rodrigo Maia .
Maia foi eleito presidente da Câmara, em julho do ano passado, para substituir o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) após sua cassação. O Artigo 57 da Constituição Federal diz que é “vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição [da Mesa Diretora] imediatamente subsequente”.
* Com informações da Agência Brasil