A Justiça do Mato Grosso determinou o bloqueio dos bens do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). Ele responde a processo sob a acusação de ter participado de um esquema para comprar a vaga de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).
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Em decisão do juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior publicada nesta quarta-feira (11), o magistrado da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular autorizou o bloqueio de até R$ 4 milhões das contas de Blairo Maggi , além da indisponibilidade de veículos do ministro. De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo , foram localizados R$ 403 mil em nome do político, valor que já está indisponível.
O juiz também pediu o afastamento imediato do conselheiro do TCE-MT Sérgio Ricardo, que teria herdado a vaga de Alencar Soares Filho após esse supostamente ter recebido R$ 4 milhões para antecipar sua aposentadoria.
Considerado o "Rei da Soja" devido à força de seus empreendimentos no agronegócio, Maggi é acusado pelo Ministério Público matogrossense de envolvimento em esquema de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
Em depoimento ao MP-MT, o suposto operador do esquema de lavagem de dinheiro Júnior Mendonça afirmou que o hoje ministro de Temer tinha conhecimento de todo o esquema envolvendo a compra da vaga no TCE do estado.
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Defesa
Em nota, o conselheiro do Tribunal de Contas do Mato Grosso Sérgio Ricardo negou ter praticado "qualquer ato ilícito" e garantiu que sua indicação para o cargo "seguiu rigorosamente todos os trâmites legais". O conselheiro disse ainda que irá recorrer da decisão do juiz da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular.
A reportagem não conseguiu localizar o ministro Blairo Maggi para comentar a decisão judicial.
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