O secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio , pediu demissão na sexta-feira (6). O pedido ocorreu após a repercussão de uma declaração sobre a chacina de presos em Roraima e no Amazonas. Em entrevista a um colunista do jornal O Globo, Júlio disse que “tinha que matar mais [presos], tinha que fazer uma chacina por semana”.
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Nomeado para a Secretaria Nacional de Juventude em junho, Bruno Júlio apresentou o requerimento de demissão ao presidente Michel Temer . Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, o pedido já foi aceito e a demissão deverá ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. A secretaria é diretamente vinculada à Presidência da República.
Bruno Júlio também é presidente licenciado da Juventude Nacional do PMDB. Em nota, ele disse ter falado “em caráter pessoal” ao jornalista, após a entrevista. De acordo com ele, está havendo “uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho”.
“O que eu quis dizer foi que, embora o presidiário também mereça respeito e consideração, temos que valorizar mais o combate à violência com mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar a disposição da população plenamente”, completou o secretário na nota.
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Chacinas
Entre o dia 1 e 2 de janeiro, aconteceram as mortes de mais de 30 presos em Roraima, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, e de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O complexo abriga facções criminosas rivais, assim como em Roraima. A penitenciária de Monte Cristo havia sido cenário de confrontos entre presos em outubro do ano passado, quando integrantes da facção PCC invadiram a área destinada a integrantes do Comando Vermelho e mataram dezenas de detentos.
"Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio do presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Os que não têm nada a ver com nada que se explodam?", disse o ex-secretário, na declaração. "Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato", continuou.
Bruno Júlio é filho do ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB), que, atualmente, ocupa uma cadeira de deputado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
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