O presidente Michel Temer (PMDB) chamou a matança ocorrida no início desta semana no presídio de Manaus, no Amazonas, de "acidente pavoroso". Essa foi a primeira vez que o presidente se pronunciou sobre a rebelião, que causou a morte de 56 presos, sendo a maior carnificina em presídios desde o massacre do Carandiru.
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As declarações de Temer foram feitas nesta quinta-feira (5), antes do início da reunião do presidente no Palácio do Planalto com ministros do chamado núcleo institucional do governo. Fazem parte do núcleo os ministros Alexandre de Moraes (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional), Eliseu Padilha (Casa Civil), entre outros.
Temer disse que "é preciso agir". Para isso, anunciou que serão construídos mais cinco presídios federais, com 200 a 250 vagas cada, para a detenção de líderes de facções e organizações criminosas. O presidente fala em separar os presos provisórios dos temporários e os de "maior potencial ofensivo" dos de menor.
O presidente chegou a pontuar que ao presídio de Manais era privatizado. "Vocês sabem que, lá em Manaus o presídio era privatizado e, portanto, não houve assim uma responsabilidade muito objetiva, muito definida dos agentes estatais", afirmou. No entanto, o peemedebista afirmou que o ministro Alexandre de Moraes colocou à disposição "todos os dispositivos" da administração federal.
De acordo com o Palácio do Planalto, o encontro não foi marcado às pressas em função do massacre na penitenciária amazonense , mas sim representa a retomada das reuniões de Temer com diferentes setores do governo, a exemplo dos núcleos econômico e de infraestrutura. O encontro desta quinta discutirá, entre outros temas, questões de segurança e de defesa do País.
Núcleo institucional
Além dos ministros já citados, o núcleo institucional conta com os ministros das Relações Exteriores, José Serra, da Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, com a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. Criado em junho de 2016, o núcleo institucional discutiu, na época, a segurança e os preparativos dos Jogos Olímpicos.
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Em seu pronunciamento, Temer lembrou da segurança oferecida durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, que classificou como "mundialmente reconhecida e elogiada".