Nada de muito novo apareceu no perfil geral dos candidatos eleitos na campanha eleitoral de outubro de 2016: conforme mostram as pesquisas, os governantes vencedores, escolhidos pela população brasileira, têm maioria formada por homens (87%), brancos (58%), da faixa etária entre 40 e 49 anos (34%).
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Assim como nas outras eleições, o número de mulheres eleitas permaneceu estacionado em 13%, em comparação com a eleição anterior, num contraste com o número de eleitoras, que no pleito de 2016 corresponderam a 52% de todos os 144 milhões de cidadãos aptos a votar. Apenas uma capital brasileira terá a Prefeitura
governada por mulher: Boa Vista (RR), onde Teresa Surita (PMDB) foi eleita no primeiro turno, com 79% dos votos.
Agora, se houve um fator diferenciado nesta corrida eleitoral, marcada como sendo a primeira eleição realizada após o fim do financiamento de empresas a candidatos e partidos, o que reduziu a menos da metade os recursos das campanhas, foi a pulverização política. A grande prova disso é que os candidatos dos partidos chamados “nanicos”, que têm pouca representatividade no cenário nacional, ganharam bastante espaço. Somente nas capitais, foram eleitos prefeitos de 13 diferentes partidos.
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As legendas menores abocanharam capitais importantes, como a eleição de Alexandre Khalil (PHS), em Belo Horizonte, Rafael Greca (PMN), em Curitiba, e Marcelo Crivella (PRB), no Rio de Janeiro.
Uma boa explicação para isso é o preenchimento de um “espaço vazio” deixado pelas legendas com a imagem desgastada, como é o caso do PT, partido fortemente batido nas repercussões da Operação Lava Jato e pelo processo de impeachment de Dilma Rousseff. As consequências de tudo isso puderam ser sentidas em todo o País: o partido sofreu uma expressiva perda de espaço na política local, elegendo 45% menos vereadores do que em 2012 e conquistando apenas uma capital: Rio Branco (AC).
O grande vencedor das eleições municipais foi o PSDB, que recebeu o maior número de votos nominais e garantiu, no primeiro turno, o comando de São Paulo, a maior e mais rica cidade do país. Ao todo, os tucanos conquistaram sete capitais e vão governar um contingente populacional de 37,5 milhões de brasileiros.
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A pulverização, segundo especialistas, foi consequência da descrença da população na política o que se refletiu no grande número de abstenções e votos nulos para a prefeitura e assembleia legislativa em 2016. Somente no primeiro turno, 25 milhões de eleitores não compareceram às urnas, e em cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre, os votos brancos e nulos teriam vencido as eleições caso fossem um candidato.
*Com informações da Agência Brasil