PF realiza prisão em flagrande de Bruno Heller no Pará
Divulgação Polícia Federal
PF realiza prisão em flagrande de Bruno Heller no Pará

A Polícia Federal realizou a prisão em flagrante do agropecuarista Bruno Heller na manhã desta quinta-feira (03) por suspeita de ser um dos maiores "grileiros" de terras da União na Amazônia. Ele também é acusado de causar danos ambientais em áreas de Terras Indígenas.

A prisão aconteceu em flagrante na região de Novo Progresso, no estado do Pará. O investigado tem um histórico de pelo menos  11 autuações por desmatamento ilegal pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), datando desde 2006 até 2021.

Até o momento, a investigação apontou que o grupo suspeito se apropriou de mais de 21 mil hectares de terras da União . Além disso, foram constatados mais de 6.500 hectares de desmatamento na região, equivalente a quase quatro Ilhas de Fernando de Noronha (PE), com indícios de que um único indivíduo seja o responsável pela destruição ambiental.

As multas foram aplicadas em razão de impedir a "completa regeneração natural de vegetação nativa" em áreas embargadas pelo órgão ambiental, destinando esses locais para a criação de gado.

O agropecuarista Bruno Heller é conhecido como um dos maiores pecuaristas da região. Ele é apontado pela Polícia Federal também como um dos principais responsáveis pelo "desmatamento no bioma amazônico".

Prisão em flagrante

Durante a prisão, foram encontrados com ele uma espingarda com registro irregular e uma quantidade de 350 gramas de ouro em estado bruto, o que levanta suspeitas de envolvimento com garimpos ilegais. A PF também localizou R$ 125 mil em espécie escondidos em um fundo falso do armário de Heller. A defesa do investigado ainda não foi localizada pela reportagem do portal iG

Bruno Heller e sua família se mudaram da região Sul do país para a região de Novo Progresso no anos 2000 e começaram a "se apossar" de terras da União às margens da BR-163 no estado do Pará. 

Para driblar as fiscalizações, as terras públicas foram fragmentadas e distribuídas entre parentes, inclusive menores de idade e que inclusive não residiam na região.  Os empresários faziam os registros atividades agropastoris nas terras e também são suspeitos de fraudes no Cadastro Ambiental Rural (CAR). No início das operações ruruais, a família investigada atuava na extração de madeira, mas posteriormente migrou para a criação de gado da raça nelore.

Em 2021, o grupo desmatou uma área de 2 mil hectares em apenas quatro meses, demandando um grande investimento financeiro. O desmatamento da mata nativa ocorria por meio do uso de motosserras e queimadas.

Hoje, a Justiça Federal do Pará determinou o confisco de 16 fazendas e 10.000 cabeças de gado que supostamente pertencem a Bruno Heller

Além das autuações do Ibama, o suspeito também enfrenta processos no Incra, que busca retomar as terras da União. O Incra acusa Bruno Heller de fracionar a área para burlar a legislação agrária, estabelecendo pastagens sem autorização da autoridade ambiental competente. O processo foi movido em Santarém, também localizado no estado do Pará.

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