Ex-sargento do Exército, Ademir Luís Rondon foi preso temporariamente em Campinas (SP) por suspeita de envolvimento em um assalto a um carro-forte em São Carlos (SP), em abril deste ano
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Ex-sargento do Exército, Ademir Luís Rondon foi preso temporariamente em Campinas (SP) por suspeita de envolvimento em um assalto a um carro-forte em São Carlos (SP), em abril deste ano

A Polícia Federal encontrou material genético do ex-militar Ademir Luis Rondon em um dos veículos usados no mega-assalto ocorrido na madrugada de 30 de agosto em Araçatuba, no interior de São Paulo. Ele é apontado pela investigação como um dos chefões do ataque a uma central de distribuição do Banco do Brasil com cerca de R$ 90 milhões. As informações são do repórter Herculano Barreto Filho para o UOL.

O ex-sargento do Exército foi preso pela Polícia Civil no fim de outubro por suspeita de envolvimento em uma tentativa de roubo a um carro-forte com o uso de explosivos em São Carlos (SP), em abril deste ano.

Segundo a Polícia Civil, Rondon é apontado como um dos principais especialistas em detonadores dos grupos envolvidos em assaltos aos moldes do "novo cangaço", prática também conhecida como "domínio de cidades", quando dezenas de assaltantes com fuzis e detonadores invadem municípios de pequeno e médio porte, rendem autoridades e atacam instituições financeiras.

De acordo com investigações, ele usa táticas militares para assaltar veículos blindados. Em 2015, foi capturado com comparsas em um local usado para armazenar armas de grosso calibre. Entre elas, um fuzil antiaéreo, com capacidade para derrubar até helicópteros. Após a captura, foi condenado e cumpriu pena por porte de arma.

"A identificação dele como uma das lideranças no roubo de Araçatuba não chega a ser uma surpresa. Estamos falando de um ex-militar que trabalha na implantação dos explosivos, já conhecido por atuar nesse tipo de roubo. É um cara extremamente importante para a quadrilha" , diz Pedro Ivo Corrêa dos Santos, da 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Banco.

De acordo com as investigações, o ex-militar era o responsável por um veículo com mais de 50 quilos de explosivos, detonadores, extintores, maçarico e até gerador de energia —equipamentos necessários para explodir a agência e cometer o roubo.

"Ele era do núcleo de explosivos e estava entre os cinco principais criminosos na operação. A prisão dele foi um duro golpe na organização" , disse o delegado Santos, da 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Banco, unidade do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) responsável pela captura do ex-militar.

Ligação com homem na lista dos mais perigosos do país

Ainda de acordo com investigações, Rondon possuía ligações com Arnon Afonso da Silva Vieira, que figura na lista dos assaltantes mais perigosos do país elaborada pelo UOL com base em dados do governo federal.

Preso desde outubro de 2020, Vieira é apontado como o "homem-bomba" nessas ações por ser o responsável pela aquisição e distribuição de explosivos.

Ele também foi investigado por envolvimento em uma tentativa de fuga no fim de setembro deste ano na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), unidade de segurança máxima onde estão os criminosos mais perigosos de São Paulo.

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