RJ: Policiais mataram mais de 1.500 pessoas após restrições em operações
Média é de quase quatro óbitos por dia; Supremo Tribunal Federal irá julgar ação que trata sobre ações letais dos policiais no Rio de Janeiro
Em junho de 2020, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, havia determinado - via liminar - que as operações policiais no Rio de Janeiro estariam restritas durante o período da pandemia. Passados 14 meses, o número de pessoas que morreram em decorrência da violência policial ultrapassou as 1.500 vítimas. As informações são do portal G1.
A média, segundo números do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP), é de 3,4 mortes por dia - sendo 1.563 óbitos totais. Os dados foram coletados por meio de consultas no site da instituição.
Nesta quinta-feira (25), o STF voltará a julgar a ação que trata sobre a letalidade policial no estado carioca, a 'ADPF das Favelas' - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635.
A deteminação de Fachin passou a proibir a realização de operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro sem aviso prévio e justificativa dada ao Ministério Público e à Defensoria Pública.
Um levantamento realizado com as informações do Instituto Fogo Cruzado mostra que, desde 5 de junho de 2020 - quando a ADPF 635 entrou em vigência -, ocorreram 59 chacinas que resultaram em 250 mortes em operações policiais no Rio de Janeiro.
Houve uma queda de 38% no número de tiroteios na Região Metropolitana do Rio. No período de um ano e cinco meses, foram contabilizados 1.693 ocorrências do tipo - em comparação com 2.715 registros no período anterior.
Também houve uma diminuição de 35% dos mortos e feridos em decorrência das ações policiais, que passaram de 1.353 para 912 feridos e 1.178 para 769 mortos em comparação aos dois períodos.