As buscas pelo adolescente Wesley Pires Alves Filho completam um ano neste sábado (28). O menino sumiu aos 13 anos de idade em Franca
, interior de São Paulo, após sair de casa para ir a um varejão. As informações são do G1.
Em meio a trotes, pistas falsas e angústia dos familiares, a investigação do caso continua. De acordo com a Polícia Civil, porém, há pouco avanço na localização do paradeiro de Wesley.
No último ano, a família buscou pelo adolescente em cidades da região e até em municípios mineiros. Segundo a mãe de Wesley, Camila Pedroso de Oliveira, as buscas misturam esperança e frustrações. As viagens foram pagas pela própria família, que contou com algumas doações.
"É angustiante. A gente fica com sensação de impotência mesmo. Porque você quer buscar e não tem onde ir. Não tem o que fazer. Recebi muitas notícias falsas e fui atrás de todas na esperança de alguma coisa ser verdade. Tinha lugares que eu ia, esperava a câmera [de segurança] o dia inteiro e nem criança tinha passado. Era uma decepção", conta ela ao G1.
Como foi o desaparecimento
Há um ano, em 28 de agosto de 2020, Wesley disse às irmãs que estava indo a um varejão, saiu de casa e nunca mais voltou. Na ocasião, ele não levou roupas nem mochila, estava de chinelo. Camila conta que, desde então, as meninas pouco tocam no assunto e ficam tristes a maior parte do tempo.
"As minhas filhas estavam brincando num quarto e ele estava na sala vendo um filme. As coisas dele estavam no outro quarto. Ele poderia ter colocado um tênis, pegado uma mochila com roupa. Ele tinha uma coleção de moedas das Olimpíadas, que seria um dinheiro para ajudar se fosse uma fuga. E ele não levou nada. Por isso eu acredito que pode ser um combinado com alguém e, por ele ter falado que já voltava, algo deu errado ou talvez o que a pessoa combinou com ele não era o que a pessoa ia fazer", afirma.
Wesley foi visto por algumas câmeras de segurança da cidade, e as últimas imagens mostram ele empurrando uma bicicleta nas margens da Rodovia Ronan Rocha. O celular do adolescente foi vistoriado por investigadores, mas nenhuma pista foi encontrada.
Logo após o desaparecimento, um motorista afirmou à polícia que encontrou Wesley desorientado em Serrana (SP), e o levou até o Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto (SP). O homem não sabia que o menino estava desaparecido, e as buscas feitas nos dois municípios não tiveram sucesso.
Trotes e angústia familiar marcam o caso
Camila relata que, no início, recebia cerca de 50 contatos por dia a respeito de Wesley; hoje, são cerca de 10. Entre mensagens de apoio, orações e informações, há também ataques relacionados ao sumiço do menino, informações falsas e trotes. Até em seu aniversário, a mãe do adolescente desaparecido não teve paz.
"Essa pessoa me ligou e falou que tinha matado o Wesley a pauladas e que o corpo estava lá no Mato Grosso. Nesse dia eu passei o telefone para o meu marido. Ele falou ‘alô’ e a pessoa começou a me xingar, falando que eu era louca, falando que a culpa era minha", relata.
"Teve uma vez que a pessoa me mandou uma mensagem dizendo que estava com o Wesley. Eu pedi para mandar uma foto e a pessoa pediu para fazer uma ligação de vídeo. Eu acreditava que fosse. Atendi a ligação e era um homem mostrando as partes íntimas. É cada uma que acontece, que as pessoas nem acreditam que a gente passa", afirma Camila, que já chegou a perder dinheiro com trotes.
Tanto polícia quanto familiares de Wesley acreditam que o garoto está vivo. Quem tiver qualquer informação sobre o caso pode ligar para o Disque Denúncia (181) ou para a Polícia Militar (190).