Caso João Alberto: "Se fosse branco, não teria sido assassinado", diz delegada

Seis pessoas foram indiciadas pela morte ocorrida em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre

João Alberto foi morto por dois homens brancos no Carrefour
Foto: reprodução / Twitter
João Alberto foi morto por dois homens brancos no Carrefour

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, que nesta sexta-feira (11)  indiciou seis pessoas pelo envolvimento no assassinato de  João Alberto no último dia 19 de novembro em frente a uma unidade do Carrefour na capital gaúcha, alegou a existência de racismo estrutural como uma das causas do crime.


A delegada responsável pelo caso Vanessa Pitrez declarou que a motivação do crime foi a questão racial:

“A gente fez uma construção a partir de um conjunto de provas que nos levaram a concluir que a morte de João Alberto se deu por uma conduta discriminatória, muito ligada à questão socioeconômica desprivilegiada e da cor da pele dele”, afirmou em entrevista a Metrópoles.

E ainda completou afirmando que em uma situação similar, mas no caso fosse uma pessoa branca, o desfecho seria diferente:

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“Se fosse uma pessoa branca, melhor vestida, com uma roupa de grife, provavelmente João Alberto não teria sido assassinado. Identificamos que, no momento em que os seguranças fazem a abordagem, ele não está praticando nenhuma conduta criminosa”

No inquérito apresentado nesta sexta, o advogado e filósofo Silvio Almeida, autor do livro " Racismo Estrutural " é citado, e sua explicação sobre essa questão foi adicionada ao documento policial:

"O racismo constitui não só as relações conscientes, mas, também, as relações inconscientes".

"O caso em tela, a partir da análise conjunta das provas produzidas, permite-nos identificar que a exacerbação das agressões impostas à vítima, em dado momento subjugada por seis pessoas, decorre de sua fragilização socioeconômica", é dito no inquérito policial.

Dentre os indiciados estão os seguranças Geovane Gaspar Dutra, que era policial militar provisório, e Magno Braz Borges que aparecem nas filmagens espancando Beto, além deles, a fiscal Adriana Alves Dutra, que não prestou socorro à vítima. Outras 3 pessoas também foram indiciadas.