Filha do bicheiro Maninho, Shanna foi morta nesta terça-feira (8)
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Filha do bicheiro Maninho, Shanna foi morta nesta terça-feira (8)


Filha do bicheiro Maninho, Shanna Harrouche Garcia foi baleada na manhã desta terça-feira na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, a vítima foi atingida quando chegava a um centro comercial. De acordo com a delegada Adriana Belém, que investiga o caso, o atirador estava em um carro e vinha seguindo Shanna. Quando ela estacionou e saiu do carro no centro comercial, contou a delegada, o atirador deu a ré e disparou contra ela.

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Shanna voltou para seu carro, um BMW blindado, e ainda conseguiu fechar a porta, que foi atingida por um tiro. Ela deu entrada no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Shanna recebe atendimento e tem quadro de saúde estável.

Sobre a motivação para o crime, a delegada não descartou nenhuma hipótese. "Estamos começando a investigação agora. Não podemos eliminar nenhuma possibilidade, nem mesmo a de tentativa de assalto", contou Adriana Belém.

Pelo menos três tiros foram disparados, segundo a polícia. O carro de Shanna tem marca de tiro na porta da frente, ao lado volante, na porta traseira e no capô. Há uma marca de tiro também na parede do estacionamento. Segundo a delegada, o atirador estava em um Fiat Argo branco. "Agora vamos pedir as câmeras de CET Rio para sabermos desde que ponto ela vinha sendo seguida", disse Adriana Belém.

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Shanna teve o irmão Myro Garcia sequestrado e assassinado no dia 12 de julho de 2017, quando saía da academia Body Tech do Península, na Barra da Tijuca. Myro era filho bicheiro Waldomiro Garcia, o Maninho, que também foi morto quando saía de uma academia em 2004.
Herdeiros da contravenção

Waldemir Paes Garcia, conhecido como Maninho, pai de Myro e Shanna, virou um dos bicheiros mais importantes do Rio quando tinha apenas 26 anos. Myro, o filho dele, se acostumou a ir ao colégio e a uma escolinha de futebol acompanhado por seguranças armados.

Mas esse tipo de precaução não foi o suficiente para evitar o assassinato do próprio pai. Maninho foi assassinado a tiros em 2004, quando deixava a academia, em Jacarepaguá. Myro, que estava com o pai, também foi baleado, mas conseguiu sobreviver.

Na época, Maninho tinha 42 anos e extensa ficha criminal, com condenação por formação de quadrilha, indiciamento por contrabando e um desentendimento em 1986 envolvendo o ator Tarcísio Meira Filho, que acabou com perseguição, tiros e um homem baleado.

A confusão começou porque Maninho teria se irritado por desconfiar de supostos olhares da mesa onde o ator estava com outros dois amigos em direção de sua mulher e decidiu acertar as contas na saída. José Carlos Reis, o Josef, que acompanhava Marinho, deu três tiros contra o carro ocupado pelo ator.

Um deles atingiu Carlos Gustavo Pinto Moreira, o Grelha, que ficou paraplégico. No processo, Josef disse que agiu por conta própria. São histórias de um legado da contravenção que já corria nas veias da família.

O pai, Waldemir Garcia, o Miro, e o padrinho Angelo Maria Longa, o Tio Patinhas, já eram chefões do jogo do bicho nos anos 80. A família também tinha fortes ligações com a escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, onde Miro era presidente de honra e Maninho atuava como presidente do Conselho Fiscal.

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