Pistolas foram compradas pelo Gabinete de Intervenção Federal
Roberto Moreyra / Agência O Globo
Pistolas foram compradas pelo Gabinete de Intervenção Federal

A Polícia Civil do começou a fazer a troca de pistolas Taurus calibre 40, por pistolas da Glock do mesmo calibre, que tem fabricação austríaca e são consideradas por especialistas de maior precisão e confiabilidade de que o modelo nacional. De acordo com escala publicada em setembro, no boletim interno da corporação, os primeiros a fazer a permuta são os agentes lotados em unidades do Departamento Geral de Polícia Especializada ( DGPE).

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No entanto, quem já trocou o equipamento usado pelo novo, torceu o nariz para uma surpresa de última hora. É que a permuta, prevista para atingir um total de nove mil policiais civis, não prevê substituição de munição .

Por conta da ausência de verba disponível para compra imediata deste material, as substituições são previstas apenas em duas circunstâncias. Nos casos em que o policial estiver com a mesma munição há mais de dez anos, ou quando o agente relatar que as balas foram usadas em serviço (tiroteios).

Assim, a maior parte da corporação usará arma nova e balas velhas. A troca está sendo feita na sede da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE).

"Fui fazer a troca de uma pistola por outra. Só que tem um detalhe. Não há munição. Tá todo mundo de pistola nova com munição velha", disse um agente que pediu para não ter seu nome divulgado.

Outro policial revelou preocupação com o fato de ter que utilizar balas antigas numa arma nova: "acho que há risco sim. Principalmente se a munição antiga não estiver bem conservada".

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Ele tem motivo de ficar preocupado. De acordo com o especialista em armas Vinícius Cavalcante, diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, balas antigas e mal conservadas podem causar pane não só nas novas pistolas Glock .

"Munição velha pode causar pane em qualquer arma. A substituição da munição é importante. Porém, mais importante ainda é conscientização do cuidado que tem de ter com ela. O ideal é evitar que as balas fiquem guardadas em locais úmidos, próximos a saída do ar-condicionado por exemplo. Sem os cuidados necessários, a munição pode se estragar em menos de dois anos. Também seria uma oficina de instrução com a nova arma para familiarizar o policial que nuca teve contato com uma Glock", disse o especialista.

Márcio Garcia, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro (Sindpol), também confirma a falta de munição na Polícia Civil.

"A falta de munição sempre foi um gargalo, uma carência grande É um problema antigo que já vem de anos. É difícil para o policial pegar uma arma nova e não ter munição para receber", disse Garcia.

As novas pistolas fazem parte de um lote de 27.424 armas que foram compradas pelo Gabinete da Intervenção Federal. Elas foram entregues para o governo do Rio no último dia 10. No total, a compra custou R$ 43,3 milhões, sendo que cada pistola teve custo unitário de R$ 1.580.

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Procurada para comentar o assunto, a Polícia Civil emitiu nota esclarecendo que a troca prevê apenas a substituição de pistolas Taurus por pistolas Glock e que, com relação ao prazo de validade da munição, de acordo com o fabricante, é de dez anos.

No entanto, nas caixas de munição usadas pela Polícia Civil, o fabricante relata que a validade do produto é de dez anos enquanto estiver na embalagem original. No verso das caixas está escrito ainda que, após aberta a embalagem, recomenda-se que o produto seja utilizado num prazo máximo de seis meses.

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