Policiais altamente treinados para evitar distúrbios em grandes aglomerações de pessoas. O trabalho dos PMs do Batalhão de Choque é complicado, mas desenvolvido com excelência por esses atletas de farda. Nessa terça-feira (28), a ação foi rápida e evitou uma tragédia dentro do Estádio do Pacaembu, um dos símbolos da capital de São Paulo.
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Mesmo antes da partida entre Santos e Independiente (ARG) começar, o cenário já era tenso. O time da baixada havia sido punido pela Conmebol e torcida e jogadores estavam inquietos com a situação. Em um planejamento prévio, o Batalhão de Choque desenha todas as possibilidades e aumentou seu efetivo para esse duelo para dar segurança aos torcedores.
"A gente faz um reunião preparatória antes de qualquer evento. Chamamos todos os envolvidos e avaliamos tudo o que pode ocorrer. Como sabíamos dessa notícia da punição do Santos, nós colocamos 210 homens para garantir a segurança. Eram PMs do Segundo Batalhão de Choque, ROCAM e da Cavalaria. Reforçamos o nosso pessoal para evitar conflitos", afirma o Major Ricardo Xavier.
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Com todo o plano desenhado pela PM , as coisas funcionaram dentro da normalidade até aos 35 minutos do segundo tempo de jogo. Porém, o Santos estava sendo eliminado e a torcida ficou inflamada contra as confusões da organização da Copa Libertadores.
"Um grupo de torcedores que estava na Praça Charles Miller tentou invadir o estádio, mas o nosso efetivo do Segundo de Choque com o veículo blindado lançador de água e Cavalaria que estava do lado de fora conseguiu evitar a invasão. Ao mesmo tempo, a organizada que estava na arquibancada começou a jogar objetos, sinalizadores e bombas dentro do gramado. Os torcedores começaram a descer para invadir o campo de jogo", conta o Major.
A tentativa de invasão do gramado foi o ponto mais crítico. "Um grupo de mais de 50 torcedores queria forçar o portão para invadir e sete PMs fizeram a contenção inicial, na sequência chegou o apoio. Nossa planejamento foi eficiente, a mobilidade foi muito rápida e conseguiu impedir uma invasão generalizada, onde poderia acontecer uma tragédia", continua o Major.
Em pontos isolados, o Policial afirma que quatro pessoas conseguiram pular para o gramado. "Os Policiais que ficam dentro do campo são altamente treinados, verdadeiros atletas e muito rápidos. Eles ficam de chuteira e agasalho e conseguem dominar os invasores fazendo uso de técnicas de artes marciais que garantem a segurança de todos, tanto do PM quanto do invasor", afirma o Major Ricardo Xavier.
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Se por um lado a ação da PM foi pontual e assertiva, técnico e jogadores do Santos agiram de maneira espantosa e até mesmo perigosa. "Em situações como essas, os nossos homens não podem recuar e foi isso que fizemos. Mas do lado dos santistas, o treinador e os atletas tentavam liberar um dos detidos. Eles possuem uma influência muito grande com a torcida e essa ação de soltar o invasor pode inflamar ainda mais os ânimos e causar uma coisa que fique sem controle. Foi complicado até porque o Cuca avançou contra um dos nossos Policiais agarrando pelo pescoço, um Policial que tinah detido um invasor, mas que naquele momento estava sozinho", diz o Major Ricardo Xavier.
O Policial garante que durante as reuniões preparatórias, esse tipo de conduta é condenada e que existe o pedido para que as delegações dos times evitem essa atitude que pode exaltar a multidão. O técnico do Santos diz que queria proteger o torcedor, mas o Policial usa apenas a força necessária, sem apresentar riscos para o invasor.
Diante do cenário, o árbitro resolveu encerrar a partida antes do final. O resultado acabou sendo 0 x 0 e Santos eliminado. Na arquibancada foram 4 detidos por invasão e outro detido durante a entrada para o duelo por desacato.
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De acordo com o Major, muitas pessoas perguntam sobre como as bombas e sinalizadores entram nos estádios e ele esclarece: "A nossa revista é de prevenção. Não podemos fazer uma busca minuciosa, pedir para que tirem o tênis, meia e outras coisas. Isso iria demorar e acabar causando uma grande aglomeração na entrada do jogo. Algumas vezes, funcionários de clubes ajudam nessa entrada do material. A Polícia se esforça ao máximo, mas infelizmente alguma coisa passa. Mas, o grande problema não é a revista e sim o comportamento do torcedor que insiste em continuar com essa prática", finaliza o Major Ricardo Xavier, Comandante Interino do 2º Batalhão de Choque.