Hemorragia intracraniana: especialista explica condição que acomete Lula
Débora Oliveira
Hemorragia intracraniana: especialista explica condição que acomete Lula

Na madrugada desta quarta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi submetido a uma cirurgia de drenagem de um hematoma subdural. A condição, comum em idosos após traumas cranianos, foi detectada após o presidente relatar fortes dores de cabeça na noite de segunda-feira (9).

Exames de ressonância magnética confirmaram a hemorragia intracraniana, associada a uma queda sofrida em 19 de outubro. O procedimento foi considerado bem-sucedido, e Lula segue em recuperação. “A cirurgia transcorreu sem intercorrências. No momento, o presidente encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI [Unidade de Terapia Intensiva]”, detalha o boletim médico. Lula deve ficar em observação na UTI pelas próximas 48 horas.

O neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, especialista em doenças cerebrovasculares, explica que o hematoma subdural crônico é uma hemorragia que ocorre entre o cérebro e a membrana chamada dura-máter, geralmente semanas após um trauma leve. “É um sangramento comum em idosos, que pode surgir de 20 a 45 dias depois de uma queda ou outro evento traumático”, detalhou o especialista.

A cirurgia realizada, chamada trepanação, consiste na abertura de um pequeno orifício no crânio para drenar o sangue acumulado. Segundo Espíndola, esse procedimento é considerado de baixo risco, e a recuperação costuma ser tranquila. “Normalmente, o paciente fica 24 a 48 horas na UTI, com um dreno para retirar o excesso de sangue, e depois passa um dia no quarto antes de receber alta” , explicou.

Ainda de acordo com o médico, a evolução do quadro de Lula é otimista, já que esse tipo de hematoma não provoca lesão cerebral direta, mas sim uma compressão que pode ser revertida. Ele ressaltou que o hematoma subdural crônico pode ser assintomático no início, mas, ao atingir certo volume, costuma causar dores de cabeça, alterações na fala, sonolência ou até mesmo perda de força muscular.

“A maioria dos casos responde bem à cirurgia, com alta taxa de resolutividade. No entanto, há um risco de recidiva em cerca de 20% dos casos, o que pode exigir novos tratamentos, como uma nova cirurgia ou embolização para fechar a artéria responsável pelo sangramento”, comentou Espíndola.

The post Hemorragia intracraniana: especialista explica condição que acomete Lula first appeared on GPS Brasília - Portal de Notícias do DF .

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!