O faraó jovem, que reinou há mais de 3.300 anos e morreu precocemente, aos 19 anos, estava numa das tumbas mais bem preservadas do Egito, o que alavancou os estudos de Arqueologia
No dia 26 de novembro de 1922, há 101 anos, o arqueólogo Howard Carter fez uma das descobertas mais importantes da história: ele entrou na tumba de Tutankamon
O faraó jovem, que reinou há mais de 3.300 anos e morreu precocemente, aos 19 anos, estava numa das tumbas mais bem preservadas do Egito, o que alavancou os estudos de Arqueologia
Mas havia um porém: diz a lenda que começava ali uma "maldição". Ao longo de 6 anos seguintes, 35 pessoas ligadas à descoberta morreram, inclusive o próprio Howard Carter.
Numa das paredes havia uma inscrição em tom ameaçador de uma profecia macabra avisando que quem prejudicasse o "sono" do faraó seria punido.
Atualmente, pesquisadores afirmam que várias mortes foram provocadas por fungos venenosos que proliferaram dentro da tumba. Mas a lenda da maldição persiste.
No túmulo de Carter, no Putney Vale Cemetery, em Londres, está escrito: "Que seu espírito viva, que você passe milhões de anos, você que ama Tebas, sentado com seu rosto ao vento norte, seus olhos contemplando a felicidade", uma citação tirada do Cálice dos Desejos de Tutancâmon.
E seu vínculo ao faraó menino é tão histórico que, no local em que ele viveu, na 19 Collingham Gardens, Kensington, Londres,há um aviso: "Aqui viveu o egiptólogo e descobridor da tumba de Tutankamon".
A tumba de Tutankamon passou por uma restauração entre 2009 e 2019, com uma interrupção durante a Revolução Egípcia de 2011.
Especialistas fizeram um trabalho minucioso para recuperar e proteger o patrimônio após quase um século de visitação
Na restauração, os especialistas descobriram que as manchas marrons na pintura nas paredes são formadas por organismos microscópicos mortos há muito tempo. Não poderiam ser retirados sem afetar a pintura. Mas não são uma ameaça
A tumba agora contém a múmia do faraó em uma caixa de vidro, assim como o seu sarcófago exterior, feito de madeira dourada.
O trabalho exigiu a retirada temporária da múmia e Agnew lembrou da maldição: "Foi "aterrorizante. Doze homens carregando a múmia rampa acima. Eu disse: se alguém escorregar, a múmia irá deslizar e matar alguém", brincou.
A tumba de Tutankamon fica no Vale dos Reis, uma vasta região de areia destinada no Antigo Egito ao descanso eterno dos poderosos. O vale fica próximo a Luxor, na margem oeste do Rio Nilo
Na tumba foram encontrados cerca de 5 mil objetos que se tornaram tesouros históricos. A maioria está no Museu Nacional do Cairo
O egípcio Mohammed Darwich, radicado em São Paulo, comanda a Egp Viagens e fala da importância de Tutankamon : "Sua história é uma das mais inspiradoras e misteriosas da Humanidade. Com a descoberta da tumba, o mundo conheceu riquezas do Antigo Egito que jamais tinham sido observadas".
Historicamente, Tutankamon não teve a relevância de faraós que reinaram por décadas, com superpoder, como Ramsés II.
Mas tornou-se o mais emblemático por ser o primeiro cuja tumba foi descoberta intacta nos tempos modernos, pois as anteriores haviam sido violadas durante séculos.
Ele assumiu o poder aos 10 anos e, por isso, é chamado de Faraó Menino. Foi rei entre 1332 e 1323 a.C
Por meio de pesquisas computadorizadas, cientistas descobriram o verdadeiro semblante de Tutankamon.
As pesquisas também mostraram que, a despeito da fama de maldição, o jovem Tut, na verdade, sofreu bastante . Ele morreu de malária, contraída após uma lesão grave na perna
A máscara mortuária de Tutankamon, de 54 cm de altura, é uma das peças arqueológicas mais famosas do mundo
Feita de ouro, tem pedras semipreciosas incrustadas para os detalhes dos olhos e das sobrancelhas, do colar e da serpente; e pasta de vidro colorido, que imita o lápis-lazúli, a pedra espiritual dos faraós.