Em época de fortes chuvas de verão, os raios são fenômenos da natureza que podem ser perigosos e exigem atenção.
Uma mulher morreu após ser atingida por um raio no dia 20/1 na praia da Vila Caiçara, em Praia Grande, no litoral paulista. Um guarda-vidas fez massagem cardiopulmonar para tentar reanimá-la. Mas ela não resistiu.
Em época de fortes chuvas de verão, os raios são fenômenos da natureza que podem ser perigosos e exigem atenção.
E um dado impressionante chama a atenção: o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo! Por ano, no país, são quase 80 milhões de descargas elétricas!
O dia 11/1/2023, particularmente, chamou muito a atenção porque o Brasil foi atingido por 740 mil raios! Só no Mato Grosso do Sul foram 170.930 descargas elétricas. Em seguida, Minas Gerais, com 137.604 raios, e Tocantins com 80.486 raios. Que dia!
Uma temporada de raios acende o alerta para cuidados com prevenção. Recentemente, o fotógrafo Fernando Braga flagrou um raio caindo na cabeça do Cristo Redentor, no Corcovado (Rio de Janeiro). A imagem viralizou. Ele disse que fez mais de 500 tentativas antes de conseguir o flagrante.
Uma reportagem da Agência Brasil informou que o fato de o Brasil ser o país com maior incidência de descargas elétricas pode ter a ver com a localização geográfica do país.
Os raios são fenômenos naturais resultantes da formação de cargas elétricas em nuvens de tempestade. Esse processo complexo envolve diversas etapas:
Formação das nuvens: A atmosfera contém partículas de água em suspensão. Em condições apropriadas, como um aumento na umidade e instabilidade atmosférica, essas partículas podem se agrupar e formar nuvens.
Desenvolvimento de cargas: Durante o processo de formação das nuvens, as partículas de água colidem umas com as outras, resultando em transferência de elétrons. Esse processo cria cargas elétricas negativas nas partes inferiores das nuvens e cargas positivas nas partes superiores.
Formação do canal iônico: Quando a diferença de potencial elétrico entre as cargas negativas na base da nuvem e as cargas positivas na superfície terrestre se torna suficientemente grande, forma-se um canal iônico condutor de eletricidade.
Descarga elétrica: Quando a resistência do canal iônico é superada, ocorre a descarga elétrica. Ela pode ocorrer dentro da nuvem (intranuvem), entre nuvens diferentes, ou da nuvem para a superfície terrestre.
Raio: A descarga elétrica é visível na forma de um raio, que é, na verdade, um intenso fluxo de elétrons se movendo ao longo do canal iônico. O calor gerado pelo raio faz com que o ar ao redor se expanda rapidamente, criando o som característico do trovão.
O Amazonas é atingido por raios com frequência. O desmatamento na Amazônia, a elevação da temperatura e o fenômeno La Niña se unem ao fato de que o Brasil é a maior área tropical do planeta com verão quente e úmido. Combinação perfeita para a formação de tempestades.
O Piauí é um dos estados mais atingidos. No dia 03/02/23, a capital Teresina foi alvo de 8.538 raios! Em 2022, o estado já havia registrado um aumento de 52,49% no número de raios que caíram no solo, segundo o ClimaTempo.
Um raio, que chega a ter mil vezes mais intensidade que um chuveiro elétrico, pode causar queimaduras e outros danos ao corpo.
Em 2023, em entrevista ao Fantástico, o especialista Osmar Pinto Júnior, coordenador do grupo de eletricidade atmosférica do INPE, explicou o que acontece com o corpo de uma pessoa quando um raio está prestes a cair:
"Pouco antes de um raio cair no lugar, é criado um campo elétrico muito intenso na região e esse campo elétrico faz a pele formigar, faz os cabelos ficarem arrepiados. Quando acontece isso, a pessoa está na iminência de ser atingida por um raio".
Em fevereiro de 2022, um novo recorde foi anunciado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Um raio de 768 km cortou o céu dos Estados Unidos, passando pelo Texas, Luisiana e Mississippi. Antes disso, o Brasil era detentor do título de maior raio já registrado: 709 km, em 2018.
A OMM também divulgou qual o raio de maior duração: 17,1 segundos, ligando o norte da Argentina ao Uruguai, em 2020.
A probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio, de acordo com o INPE, é de 1 em 1 milhão. Mas se a pessoa estiver com condições adversas, como numa área descampada, o risco passa a ser de 1 em 1.000.
Por isso, em caso de tempestade, não fique em áreas descampadas, muito menos perto de água, plantas ou objetos conectados à eletricidade.
Um edifício com estrutura metálica ou concreto armado é o melhor lugar para se proteger de raios. Se não houver um edifício próximo, procure abrigo em uma caverna, buraco ou outro local que ofereça proteção contra o raio.
Caso esteja dentro de um carro, feche todos os vidros e não encoste em nada metálico.