Há suspeitas de que a doença já tenha causado uma morte este ano, sendo investigada como a possível causa do falecimento de uma adolescente de 17 anos em Timóteo, no Vale do Aço.
O número de casos de dengue não para de aumentar no Brasil. Minas Gerais, por exemplo, pode estar prestes a enfrentar uma nova epidemia nesse início de 2024.
Há suspeitas de que a doença já tenha causado uma morte este ano, sendo investigada como a possível causa do falecimento de uma adolescente de 17 anos em Timóteo, no Vale do Aço.
Houve um crescimento de 330,5% nos casos em 2023 em comparação a 2022.
Além da trágica morte da jovem, outra preocupação dos especialistas da cidade mineira é o ressurgimento do tipo 3 da dengue, que não causava epidemias no país há mais de 15 anos.
“Esperamos volumes altos de pessoas infectadas, enchendo serviço de saúde, como no ano passado. A tendência é que, até o fim do período chuvoso e do verão, os casos cheguem a um nível muito alto”, explicou o infectologista Leandro Curi, ao portal ‘O Tempo’.
De acordo com as informações do Governo do Rio de Janeiro, o estado tem apresentado mais de 1.000 casos de dengue a cada semana, um número que ultrapassa o limite considerado aceitável para esta temporada mais quente do ano.
Somente na primeira semana de janeiro, foram contabilizados 1.014 casos de dengue no estado do Rio. Na última semana de dezembro, foram 1.791 notificações.
Só no ano de 2023, a Secretaria Estadual de Saúde do RJ registrou um total de 51.171 casos de dengue, resultando em 25 óbitos. Em 2022, foram 16 mortes em 11.432 ocorrências registradas.
Os municípios de Nova Iguaçu e Itaguaí são dos mais atingidos, juntamente com a própria capital.
Ao g1, a superintendente de Informação Estratégica em Vigilância e Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ), Luciane Velasque disse que “é preciso intensificar os esforços para a eliminação dos focos do mosquito”.
O DF e o Paraná também viram os casos de dengue triplicarem neste início de ano, segundo dados do Ministério da Saúde.
Em São José dos Campos, São Paulo, foram confirmados 100 casos nos primeiros nove dias de 2024, representando um aumento de 669% em relação a 2023.
Mesmo se comparado a 2015, quando a cidade viveu sua pior epidemia de dengue, o número de casos em 2024 já é 59% maior.
De acordo com o infectologista Antônio Bandeira, diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e especialista pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), há uma nova configuração da epidemia em cidades onde os casos não eram tão comuns.
“A dengue se expandiu para estados que nunca imaginávamos. O mosquito se ambientou numa espécie de corredor entre o Centro-oeste e o Sul. São estados que nunca tinham tido surtos de dengue, com uma população virgem da doença”, afirmou.
Quando se olha para o Brasil todo, ocorreram 1,6 milhão de casos de dengue e 94 mortes em 2023. Em 2024, os casos já ultrapassam 10 mil, com sete mortes ainda em investigação.
Nesta segunda-feira (15/01), o Ministério da Saúde irá realizar uma reunião para planejar a estratégia de vacinação contra a dengue.
A vacina foi incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro de 2023, fazendo do Brasil o pioneiro no mundo a disponibilizar o imunizante de forma universal no sistema público.
Entretanto, a vacina não é fabricada em grande quantidade e requer duas doses para garantir a proteção completa.
O laboratório Takeda, responsável pelo desenvolvimento da vacina, prevê entregar 5,082 milhões de doses entre fevereiro e novembro de 2024. Inicialmente, a distribuição será concentrada em públicos e regiões prioritárias.
É essencial a colaboração da população para adotar medidas simples de prevenção, como cobrir reservatórios de água, limpar calhas e pratos de vasos de plantas.
Virar garrafas, latas e outros recipientes de cabeça para baixo e evitar o acúmulo de água parada também costuma ser eficiente no combate ao mosquito.