A mostra se valeu de tecnologia de realidade virtual para conduzir os visitantes a uma jornada pela obra do gênio do barroco mineiro.
O Museu de Congonhas, em Minas Gerais, celebrou a arte de Aleijadinho com uma exposição virtual entre os dias 15 de dezembro e 14 de janeiro.
A mostra se valeu de tecnologia de realidade virtual para conduzir os visitantes a uma jornada pela obra do gênio do barroco mineiro.
Em uma experiência de 15 minutos, passando por três estações, o público foi apresentado às obras de Aleijadinho pelo próprio artista. Isso graças ao uso de óculos de realidade virtual.
Os 12 profetas compõem um conjunto de esculturas em tamanho natural feitas por Aleijadinho em pedra-sabão.
Maior conjunto de esculturas barrocas do mundo, os 12 Profetas encontram-se no adro no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas.
A exposição fez parte das comemorações pelos oito anos de fundação do Museu de Congonhas. Nela, o visitante também pôde ver as obras de Aleijadinho em realidade aumentada com o uso do próprio celular.
Além dos 12 Profetas, outras criações centrais de Aleijadinho, como o Cristo Carregando a Cruz e o Altar da Igreja de São Francisco, compuseram a mostra.
O uso de tecnologia digital teve como finalidade atrair o público jovem para preservar a memória da rica arte do barroco brasileiro.
A concepção do projeto foi do artista digital Francisco Almendra. “As obras de Aleijadinho são um patrimônio mundial. A maior expressão do barroco rococó não está na Europa e sim nas Américas. Um homem preto que superou todas as adversidades de uma época. A tecnologia proporciona uma conexão e uma atualização com essa arte”, declarou ao portal G1.
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, nasceu em Cachoeira do Campo, um distrito de Ouro Preto, em Minas Gerais, na primeira metade do século XVIII.
Era filho do arquiteto português Manuel Francisco da Costa Lisboa com uma mulher de origem africana, de nome Isabel, que era escrava do pai de Aleijadinho.
Morto há quase 120 anos (em 18 de novembro de 1814), o artista negro livre foi chamado Mestre Aleijadinho devido a uma doença grave diagnosticada quando passava dos 40 anos.
A enfermidade foi provocando deformações no corpo do artista, a ponto de Aleijadinho perder os dedos dos pés. A condição o levou a trabalhar de joelhos, sem jamais abandonar o ofício artístico.
A cidade colonial de Ouro Preto, primeira do Brasil a receber o título de Patrimônio Mundial pela Unesco, abriga boa parte da produção artística de Aleijadinho.
Em Ouro Preto está, por exemplo, a Igreja de São Francisco de Assis, concebida por Aleijadinho em 1766.
Mas é em Congonhas, distante pouco mais de 50 km de Ouro Preto, que está o conjunto do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, com as esculturas dos 12 Profetas e os Seis Passos da Paixão de Cristo. Ambos construídos pela oficina de Aleijadinho.
Outras cidades mineiras, como Sabará, Tiradentes,São João del Rei e Mariana, contam com obras de Aleijadinho.
Desde 2012, por meio de uma lei estadual, Minas Gerais celebra o Dia do Barroco Mineiro em 18 de novembro, data da morte de Aleijadinho.
Uma das principais características desse estilo artístico são as igrejas monumentais, com ornamentos e formas grandiosas.