O motorista de carreta Roberto Luiz foi internado em hospital de Santos, no litoral de São Paulo, com sintomas graves que quase o levaram à morte.
Um homem de 53 anos desenvolveu quadro grave de leptospirose após comer uma manga encontrada no chão.
O motorista de carreta Roberto Luiz foi internado em hospital de Santos, no litoral de São Paulo, com sintomas graves que quase o levaram à morte.
Ao portal G1, Roberto Luiz relatou ter encontrado a manga às margens da Rodovia Washington Luís, quando retornava a Santos após realizar a entrega de uma carga em cidade do interior paulista. Em uma parada, o motorista pegou a fruta do chão e descascou com a boca, sem lavar.
Nos dias seguintes, ele começou a ter sintomas como febre, dores musculares e vômitos. Em Santos, recebeu duas vezes o diagnóstico de dengue em Unidades de Pronto Atendimento. Mas o tempo passou e o mal-estar só se intensificava.
No dia 16 de dezembro, na Santa Casa de Santos, um médico suspeitou de leptospirose. Ao questionar Roberto Luiz sobre eventual contato com enchentes ou se tomou bebida em latinha, ouviu do paciente o relato sobre a manga.
“Nessas loucuras de pegar manga, eu peguei várias, enchi a sacola, e no chão tinha algumas já maduras. Eu peguei do chão, descasquei com a boca e comi, normal, como eu sempre fiz com goiaba, com várias outras frutas que eu pegava”, afirmou ao G1.
Com o avanço da doença, o motorista chegou a apresentar falhas renais e precisou ser submetido a sessões de hemodiálise. O quadro evoluiu para Síndrome de Weil, forma mais grave da leptospirose.
Um residente médico chegou a dizer a ele que a sua situação clínica era irreversível. “Estava desenganado”, afirmou.
Após dias de internação e sessões de hemodiálise, Roberto Luiz começou a apresentar melhora. “Foi Deus”, declarou o motorista, que teve alta justamente no Natal.
Doença infecciosa, a leptospirose é causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de animais, especialmente ratos.
A bactéria pode penetrar no organismo por lesões na pele, em casos de corpo imerso por longo tempo em água contaminada ou pelas mucosas.
A transmissão é comum em enchentes, quando a água contaminada originária de bueiros e esgotos vem à tona.
Os sintomas gerais da leptospirose são similares aos de doenças como dengue e gripe: febre, dores musculares, vômito e diarreia.
Entre o momento da infecção e a manifestação de sintomas (período de incubação) pode haver um intervalo de um a 30 dias.
De acordo com o Ministério da Saúde, em 40% dos casos mais graves a doença pode levar à morte.
Áreas com condições precárias de saneamento apresentam maior incidência da doença. Nesses locais, costuma haver grandes populações de ratos infectados.
As enchentes disseminam a doença e, por isso, evitar contato com áreas de inundação é uma medida importante de prevenção.
O Ministério da Saúde considera a leptospirose uma enfermidade endêmica no Brasil que se torna epidêmica em épocas de chuvas.
Determinadas atividades aumentam o risco de contrair a doença, como as de garis, catadores de lixo, militares, bombeiros e agricultores.