Atualmente com 68 anos, a atriz foi considerada culpada por apresentar uma doação de 2 milhões de euros como um empréstimo.
O Tribunal Penal de Paris sentenciou a atriz francesa Isabelle Adjani a dois anos de prisão e uma multa de 250 mil euros por envolvimento em fraude fiscal.
Atualmente com 68 anos, a atriz foi considerada culpada por apresentar uma doação de 2 milhões de euros como um empréstimo.
Além disso, ela simulou residir em Portugal nos anos de 2016 e 2017, tudo para não ter que pagar cerca de 236 mil euros em impostos.
O Ministério Público Nacional de Finanças (MPNF) inicialmente propôs uma pena menor, com 18 meses de prisão, além da multa de 250.000 euros e dois anos de inelegibilidade.
Conforme alegações do MPNF, a atriz buscou de maneira sistemática reduzir seus impostos entre 2013 e 2017. Os procuradores do órgão enfatizaram que, antes de ser uma figura pública, ela é uma cidadã com obrigações.
Há suspeitas de que a francesa tenha sonegado 1,2 milhão de euros, equivalente a cerca de 6,4 milhões de reais na cotação atual.
A suspeita sobre Isabelle Adjani começou em 2016, quando o nome da atriz surgiu nos Panamá Papers, investigação conduzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
Entre os documentos analisados, a atriz surgiu como proprietária de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas.
Segundo a investigação, ela teria recebido 2 milhões de euros transferidos em 2013 por Mamadou Diagna NDiaye, um influente empresário e presidente do Comitê Olímpico e Desportivo Nacional do Senegal, além de membro do Comitê Olímpico Internacional.
Na sentença, a juíza afirmou que os acontecimentos evidenciam a intenção da atriz de "esconder informações da administração tributária" e "prejudicar seriamente a igualdade entre os cidadãos" perante a Receita Federal.
O advogado de Isabelle argumentou que ela "não solicitou tratamento especial" devido à sua fama e prometeu apelar da decisão.
Isabelle Adjani é uma atriz francesa premiada, considerada uma das maiores intérpretes do cinema francês e do cinema europeu.
Ela nasceu em Paris, em 27 de junho de 1955, filha de pai argelino e mãe alemã.
Adjani começou sua carreira no teatro aos 16 anos e, em 1975, aos 19 anos, estreou no cinema com o filme "A História de Adèle H." (1975), pelo qual foi indicada ao Oscar de melhor atriz.
O filme a catapultou para o estrelato e a tornou uma das atrizes mais populares da França.
Nos anos seguintes, Adjani estrelou em uma série de filmes de sucesso, incluindo “O Inquilino”, de 1976 (foto), "Nosferatu – O Vampiro da Noite" (1979), "Possessão" (1981) e "Verão Assassino" (1983).
Outros filmes de destaque estrelados por Adjani foram "Camille Claudel" (1988), "A Rainha Margot", de 1994 (foto) e "O Dia da Saia" (2008).
Adjani é conhecida por sua intensidade dramática e por sua versatilidade, tendo interpretado uma variedade de papéis, de heroínas românticas a personagens complexas e perturbadas.
Adjani ganhou cinco prêmios César de melhor atriz – mais do que qualquer outra atriz – e também foi premiada com o Globo de Ouro, o BAFTA e o prêmio de interpretação feminina no Festival de Cannes.
Adjani também é uma figura pública controversa. Ela já se envolveu em uma série de escândalos ao longo de sua carreira, incluindo um caso de paternidade com o ator Daniel Day-Lewis e um casamento fracassado com o diretor Bruno Nuytten.